Universidades estaduais estimulam a formação continuada de idosos 26/07/2020 - 09:38

Nas instituições estaduais de ensino superior do Paraná, a Universidade Aberta à Terceira Idade (Unati) articula ensino e extensão em diferentes atividades voltadas às pessoas idosas. O programa oferta vagas em disciplinas dos cursos de graduação nas diversas áreas do conhecimento, promovendo um espaço de troca, participação e aprendizado.

Para a professora da Universidade do Centro-Oeste (Unicentro), Maria Regina Vargas, coordenadora da Unati em Guarapuava, uma das principais vantagens é a melhoria na qualidade de vida dos participantes. “Buscamos proporcionar atividades físicas e cognitivas, aprimorando os conteúdos do programa”, afirma, ressaltando que “a tecnologia tem sido ferramenta importante para a socialização dos idosos, por meio das redes sociais digitais, e consolidação do aprendizado”.

No Brasil, diversas políticas públicas, estabelecidas na Constituição Federal de 1988 (CF/1988), na Política Nacional do Idoso (PNI) e no Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003), fazem referência ao papel dos programas de universidade para a terceira idade. Desde 2017, a Lei 13.535/2017 determina que as instituições de ensino superior realizem cursos e programas de extensão para idosos, tanto na modalidade presencial como a distância.

Além de disciplinas convencionais, a Unati atua em várias frentes, conforme relata a aposentada Maria Ondina Borgo, que aos 76 anos de idade participa do programa há mais de uma década. “Viajo com os grupos de canto e dança e faço aulas de yoga, hidroginástica, tai chi chuan, espanhol e francês. Todas essas atividades me proporcionam bem-estar físico e mental”, salienta, destacando ainda as palestras ministradas por psicólogos, médicos e fisioterapuetas. 

Avó de 10 netos, Ondina faz questão de convidar as amigas para conhecer os trabalhos desenvolvidos pela Unati. “Sou privilegiada por estar na universidade, mesmo na terceira idade. Me sinto acolhida e amparada”, conclui a aposentada.

Segundo a professora da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Lirane Ferreto, que coordena a Unati no Campus Francisco Beltrão, apesar da pandemia do novo coronavírus, as atividades têm ocorrido via aplicativo de mensagens. “Enviamos orientações sobre como aumentar a imunidade e aliviar a ansiedade, dicas de prevenção e vídeos de aulas de yoga”, pontua.

Atualmente, as universidades estaduais contam com cerca de 2.159 idosos matriculados no programa: 157 na Unicentro; 184 na Unioeste; 1.079 na Universidade Estadual de Maringá (UEM); 589 na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG); e 150 na Universidade Estadual do Paraná (Unespar).

A Universidade Estadual de Londrina (UEL) e a Universidade Estadual do Norte do Paraná (Uenp) não atuam com o programa Unati, mas oferecem uma série de outras atividades de extensão e pesquisa voltadas a esse público, contemplando centenas de idosos, no norte paranaense.

LONGEVIDADE – No Brasil, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que os idosos representam 10% da população, aproximadamente 20 milhões de pessoas. Esse número deve crescer nos próximos anos, já que a expectativa de vida dos brasileiros vem aumentando. Até 2030, a estimativa é que pouco mais de 40 milhões de brasileiros estejam vivendo na faixa etária da Terceira Idade (acima de 60 anos).