Universidades Estaduais do Paraná aprofundam pesquisa sobre alimentação de vacas e qualidade do leite 06/04/2022 - 17:40
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) está apoiando um projeto de pesquisa paranaense, que tem como objetivo desenvolver metodologias para melhorar a qualidade do leite, a partir de análises genéticas. O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) concedeu aporte financeiro para o estudo no valor de R$ 267 mil. Os recurso são do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT)
O projeto foi submetido pelos professores da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Adriana de Souza Martins e Marcelo Ricardo Vicari, que atuam no Programa de Pós-Graduação em Zootecnia (PPZ). O estudo reúne pesquisadores das universidades estaduais de Maringá (UEM) e do Oeste do Paraná (Unioeste), sendo coordenado pelo professor aposentado da UEM, Geraldo Tadeu dos Santos, atualmente docente voluntário no Programa de Pós-Graduação em Zootecnia da instituição.
Intitulado "Estratégias de alimentação para vacas leiteiras com alimentos alternativos e uso de antioxidantes naturais", o projeto busca avaliar a inclusão de alimentos alternativos, como silagem da parte aérea da rama de mandioca e a Acácia Negra, na dieta de animais ruminantes. Ambos os alimentos podem modular a degradação da proteína no rúmen, reduzir a emissão de metano, melhorar o desempenho animal e a qualidade do leite.
Para a professora Adriana a pesquisa deve contribuir para o ramo de produção de leite da região dos Campos Gerais do Paraná, reconhecida como uma das principais bacias leiteiras do Brasil. “É uma pesquisa que trará muitos resultados, principalmente na questão da redução do metano, além de melhorar na qualidade do leite”, afirma.
Com a finalidade de avaliar a qualidade nutricional, fermentativa, microbiológica e metabolômica da silagem da parte aérea da rama de mandioca, serão conduzidos experimentos in vitro, in vivo e in situ nas três instituições de ensino superior envolvidas no projeto.
“Teremos experimentos sobre digestibilidade dos alimentos, além de ensaios com animais, análise da parte da fermentação microbiológica e ruminal e coleta do leite para análise da expressão do gene”, explica a docente.
Os pesquisadores da UEPG são responsáveis por avaliar a expressão de genes envolvidos no metabolismo da glândula mamária das vacas leiteiras. “A partir das análises em genética, vamos verificar se essas suplementações em dieta realmente contribuem com os parâmetros do leite, que são importantes para a qualidade do produto e também para o produtor”, sinaliza a pesquisadora.
“Pretendemos responder, mediante tratamentos empregados na zootecnia, como os genes respondem a essa dieta diferenciada, sempre agregando valor ao produto e buscando a melhor qualidade do produto final, que nesse caso é o leite”, acrescenta o professor Marcelo.