Unioeste promove ações de educação e saúde em Tupãssi 30/01/2020 - 18:23
Chegando aos últimos dias da Operação Yaguaru do Projeto Rondon, a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) promoveu uma série de atividades na cidade de Tupãssi, contemplando as áreas da educação e saúde. Uma dessas ações, a oficina Vivências Pedagógicas, reuniu na quarta-feira, 29 de janeiro, cerca de 110 professores da rede municipal de ensino fundamental e médio, na Escola Municipal Carlos Drummond de Andrade.
Parte da programação da oficina abordou conceitos de educação inclusiva e a violência no meio escolar, despertando uma reflexão sobre o papel dos docentes no processo de inclusão e contribuições para o desenvolvimento de uma escola socialmente responsável. O conteúdo foi idealizado e aplicado pelos estudantes da Unioeste, Amanda Caroline Schallenberger Schaurich, do Curso de Direito (Campus de Marechal Rondon), Teresinha do Rosário Cardoso, de Licenciatura em Pedagogia (Campus Cascavel), e Fábio Gabriel Semençato, de Licenciatura em Filosofia (Câmpus Toledo).
Para os universitários, apesar das mudanças que vêm ocorrendo, em relação à educação inclusiva, é preciso superar desafios e preconceitos ainda enraizados, a fim de garantir o direito pleno ao desenvolvimento educacional. “Foi um tema muito válido para os professores, porque nem todos sabiam como identificar nos alunos uma eventual violência sofrida e é muito importante que eles tenham esse conhecimento, pois estão em contato direto com as crianças”, afirmou Amanda.
Uma das participantes, Josiane da Silva Siqueira de Melo, professora da rede municipal de Tupassi, reconheceu as contribuições do Projeto Rondon, destacando o aprendizado que será colocado em prática. “Nosso município tem carência de atividades extras, que atendam a população de modo geral. Por isso, essas ações foram de grande valia e vieram agregar, principalmente por saber que eu posso contribuir na prática com os meus alunos”, disse.
Segundo a professora da Unioeste, Ana Karine Braggio, que atua no Centro de Ciências Humanas e Sociais (CCHS) do Campus de Toledo, a oficina sobre vivências pedagógicas foi direcionada, inicialmente, aos diretores e coordenadores pedagógicos. “Devido à qualidade do material planejado pelos universitários, solicitaram repetir a oficina, ofertando o conteúdo para todos os professores”, relatou. “É enriquecedor demais e gratificante saber que aquilo que trouxemos foi bom e pode ser replicado para mais pessoas, ampliando o alcance da atividade”, acrescentou Ana Karine.
Simultaneamente, em outro ponto de Tupãssi, com o apoio da Secretaria Municipal de Saúde, uma equipe de rondonistas da Unioeste realizou o Mutirão da Saúde, promovendo atendimento a 250 cidadãos. A ação ofertou à população os seguintes serviços: aferição da pressão arterial, teste de glicemia, teste de equidade visual, avaliação odontológica, relaxamento muscular com fisioterapia, avaliação nutricional e orientações para o autoexame das mamas, além de exames para diagnosticar Hepatite e doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), como Sífilis e Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), que é causada pela infecção do vírus da Imunodeficiência Humana (HIV).
“Acho esse trabalho muito importante, pois conscientiza as pessoas a, cada vez mais, se cuidarem, se valorizarem e buscarem um acompanhamento para manter a saúde”, afirmou Dulce Selma Glienke, uma das moradoras de Tupãssi atendidas no Mutirão da Saúde.
Samia Hussein Barakat, aluna do quinto ano do Curso de Enfermagem da Unioeste, no Campus de Foz do Iguaçu, declarou que a atuação no Projeto Rondon proporcionou benefícios tanto para a comunidade assistida pela Operação Yaguaru, quanto para a formação profissional dos estudantes. “É possível vivenciar a realidade local e demonstrar alguns dos nossos conhecimentos em prol da vida e do coletivo”, salientou. “Também fizemos um trabalho de conscientização para o combate ao Aedes aegypti, chamando a atenção das pessoas para os riscos de doenças como Dengue, Zika e Chikungunya”, explicou a rondonista.
O professor Nilceu Jacob Deitos, do Campus de Toledo, confirmou que, ao longo dessas duas semanas de Operação Yaguaru, as equipes de voluntários da Unioeste desenvolveram, somente na cidade de Tupãssi, mais de 90 atividades, desde a área urbana até os distritos da zona rural daquele município. Na avaliação do docente, muitas proposições lançadas pelos rondonistas poderão ser incluídas em políticas educacionais e sociais, proporcionando mais qualidade de vida à população.
“Observamos a presença de migrantes venezuelanos e essa questão se apresentou como um desafio. Por isso, sugerimos aos gestores municipais uma estratégia educacional para o ensino da Língua Portuguesa às crianças venezuelanas e, da mesma forma, uma política de incentivo à aprendizagem da Língua Espanhola para a população local”, exemplificou o professor. Ainda segundo Nilceu, em Tupãssi há intensa utilização de defensivos agrícolas, em decorrência da estrutura econômica do município, que se baseia no Agronegócio. “Nossas equipes propuseram um cinturão verde no entorno do espaço urbano ou a criação de algum tipo de barreira, para evitar a presença e o contato mais direto das pessoas com os agrotóxicos, contribuindo para a saúde coletiva”, concluiu.
OPERAÇÃO YAGUARU - Sob a coordenação do Ministério da Defesa, as atividades da Operação Yaguaru do Projeto Rondon contemplam 12 cidades das microrregiões de Cascavel, Foz do Iguaçu e Toledo, no oeste paranaense. As ações são desenvolvidas por mais de 250 rondonistas, entre professores e estudantes, oriundos de instituições de ensino superior (IES) públicas e privadas, em parceria com a Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Governo do Estado do Paraná, em parceria com e as prefeituras municipais.
Dentre as universidades estaduais, além da Unioeste, integram a programação da Operação Yaguaru: a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), a Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) e a Universidade Estadual do Norte do Paraná (Uenp). Nesta edição, o Projeto Rondon conta com o apoio da 15ª Brigada de Infantaria Mecanizada e da Associação dos Municípios do Oeste do Paraná (Amop). As atividades tiveram início em 17 de janeiro e seguem até este final de semana, com previsão de encerramento no domingo (1º).