Unioeste presta serviço gratuito à rotulagem de alimentos 26/06/2020 - 15:21

Um projeto de extensão da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), do Campus de Francisco Beltrão, presta serviço gratuito para a rotulagem correta de alimentos artesanais de origem vegetal e animal produzidos no Oeste e Sudoeste do Paraná e Oeste de Santa Catarina. O trabalho de segurança alimentar é desenvolvido pelo Grupo de Estudos e Pesquisa em Segurança Alimentar (Gepsa), ligado aos cursos de Economia Doméstica e Nutrição, daquele campus da Instituição.
 

Denominado Projeto Informação Nutricional –Rotulagem de Alimentos, o trabalho foi criado, em 2001, antes mesmo da regulamentação das informações nutricionais pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), consolidada em 2002. Atende, também,  critérios do  Mercado Comum do Sul (Mercosul) e uma política do Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA),  estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU), desde 2002.
 

Com efetiva participação de docentes pesquisadores e alunos da graduação, o projeto atende produtores vinculados ao Núcleo de Agroecologia da Unioeste, de Francisco Beltrão, com participação do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) e Francisco   Beltrão, Salgado   Filho, Itapejara   do   Oeste, Verê   entre   outros municípios da região.
 

De 2001 para cá, professores, o grupo (que conta com bolsistas de extensão) realizaram 9 mil informações necessárias à confecção de tabelas nutricionais de produtos que vão dos pontos de venda para a mesa do consumidor.  O projeto é pioneiro na área, sendo um dos mais antigos credenciados à Instituição na área de extensão.
 

Sem a rotulagem e descrição nutricional, alimentos e bebidas não podem ser vendidos legalmente no varejo, ou seja, supermercados, panificadores, mercearias, entre outros pontos de venda. É no rótulo que consta a lista de ingredientes, prazo de validade e informações nutricionais , assim como a medida caseira, que é como o consumidor mede os alimentos (fatias, xícaras, colheres, etc). Informações sobre conservantes, lactose, glúten e diversos outros itens usados na composição de alimentos são fundamentais para pessoas com algum tipo de alergia ou intolerância a ingredientes ou doenças como obesidade, hipertensão e diabetes.
 

O Gepsa orienta e auxilia indústrias de alimentos de origem animal, vegetal ou panificados. Com ajuda dos acadêmicos, os produtores informam corretamente no rótulo a quantidade carboidratos, proteínas, gorduras totais, sódio, além de valores energéticos dos produtos fabricados e comercializados na região de abrangência.
 

Trajetória
 

Atualmente o Projeto Informação Nutricional é coordenado pela professora doutora  Rose Mary Helena Quint Silochi, pesquisadora que  atua na elaboração de segurança nutricional. “No que se refere à formação acadêmica e à extensão, o projeto cumpre papel importante de interligar teoria à prática e familiarizar estudantes de Nutrição com a ação extensionista na comunidade externa”.
 

Entre as atividades do projeto, está a orientação correta para que os produtores de alimentos sigam as exigências do setor de Segurança Alimentar e Nutricionais estabelecidas pela Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional (LOSAN), editada em 2006 e pela DDAA, da ONU, entre outras leis.

A coordenadora esclarece que o objetivo central é prestar serviço às agroindústrias, panificadoras e agricultores da educação alimentar em escolas municipais, além de promover a participação em atividades de extensão, internas e externas, “O referido projeto vem, ao  longo  desses  anos,  alcançando  seus  objetivos,  acolhendo  a  demanda constante  da  comunidade  externa  e  é  o  mais  antigo  projeto  de  extensão  da área de alimentação e nutrição”.
 

Mary Helena reforça que a rotulagem nutricional de alimentos e bebidas é condição legal à comercialização de produtos embalados na ausência do consumidor “O objetivo auxilia a saúde da população, dando-lhe o direito à informação referente ao consumo de alimentos e seus nutrientes”, esclarece a coordenadora.
 

A professora elucida que o projeto é essencial na aplicação da teoria à prática “É primordial que o projeto continue a realizar sua importante contribuição para a agroindústria artesanal da região. A ação dos professores cumpre o papel da Universidade na área de ensino e extensão. Os Professores não recebem bolsas, pois tais atividades fazem parte do seu plano de trabalho”.
 

Segundo a pesquisadora, o projeto promove o repasse de conhecimentos para a comunidade por meio de palestras para empresas, cooperativas da região Sudoeste, bem como atividades de educação   alimentar   em   escolas   municipais, participação   em   atividades de extensão, internas e externas, como eventos na área de alimentação saudável.
 

De acordo com o Ministério da Saúde, aproximadamente 70% dos consumidores verificam informações dos rótulos antes de efetuarem a compra dos alimentos. No rótulo da embalagem estão todas as informações ao consumidor, como por exemplo: local de produção, data de validade, dados da empresa, além de outros dados, , como por exemplo carboidratos; valor energético; gorduras totais; proteínas; gorduras trans; gordura saturada; sódio, fibra alimentar, açucares, entre outras informações.
 

Embora a Anvisa exija informação nutricional dos alimentos, há categorias que estão fora do escopo da norma, como as bebidas alcoólicas, especiarias, águas minerais naturais e as demais águas envasadas para consumo humano, além de vinagres, sal, café, erva mate, chá e outras ervas sem adição de outros ingredientes (como leite ou açúcar).
 

Também não estão sob o escopo da rotulagem nutricional os alimentos preparados e embalados em restaurantes e estabelecimentos comerciais, como sobremesas, musse, pudim e salada de frutas. A lista inclui, ainda, produtos fracionados nos pontos de venda a varejo como queijos, salame, presunto, além de frutas, vegetais e carnes in natura, refrigerados e congelados. No entanto, até as exceções serão rediscutidas no processo regulatório que está em curso.
 

Entenda o que um rótulo deve informar
 

A Política Nacional de Alimentação para a redução dos índices de sobrepeso, obesidade e doenças crônico degenerativas associadas aos hábitos alimentares da população, regulamentada pela Anvisa. 
 

Conforme a Anvisa, a tabela deve conter uma Lista de Ingrediente informando o consumidor sobre os ingredientes que compõem o produto. A leitura dessa informação é importante para o consumidor saber do que o produto é feito. Nesta tabela devem estar Valor energético (kcal e kJ) Carboidratos (g) Proteínas (g) Gorduras totais (g) Gorduras saturadas (g) Gorduras trans (g) Fibras (g) Sódio (mg), (veja tabela).
 

Alimentos de ingredientes únicos como café e farinha de mandioca não precisam apresentar lista de ingredientes. A lista de ingredientes deve estar em ordem decrescente, isto é, o primeiro ingrediente é aquele que está em maior quantidade no produto e o último, em menor quantidade.
 

Em síntese, o rótulo indica a quantidade total de produto contido na embalagem. O valor deve ser expresso em unidade de massa (quilograma ou grama) ou volume (litro ou mililitro) e também informam a Identificação da origem: Informação que permite que o consumidor saiba quem é o fabricante do produto e onde ele foi fabricado, além de demais instruções ao consumidor.