Unespar convoca aprovados em primeira chamada do Vestibular Indígena 27/08/2021 - 17:42

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A Universidade Estadual do Paraná (Unespar) divulgou na quinta-feira (26) a convocação, em primeira chamada, com seis candidatos aprovados no XX Vestibular dos Povos Indígenas do Paraná. O calendário acadêmico dos cursos de graduação para o ano letivo de 2021 terá início em 3 de novembro, com previsão de encerramento em 13 de agosto do próximo ano.

Esses primeiros classificados têm até 1º de setembro para efetivar o pedido de matrícula. Toda a documentação será recebida em formato eletrônico, nos câmpus dos respectivos cursos de graduação escolhidos pelos candidatos.

A pró-reitora de Ensino e Graduação da Unespar, professora Marlete dos Anjos Silva Schaffrath, reconhece os aspectos de cidadania e de inclusão social e cultural pressupostos por essa ação. “O acolhimento da população indígena estudantil no nível superior é um movimento inclusivo, democrático e, sobretudo, do entendimento do valor da educação para o desenvolvimento humano e social indistintamente”, afirma.

Atualmente, a Unespar tem 13 estudantes indígenas matriculados em cursos de graduação, nos câmpus de Apucarana (9), Campo Mourão (1), Curitiba I (1), Paranavaí (2) e Paranaguá (1). Assim como nas demais universidades envolvidas nesse programa, os alunos recebem o apoio da Comissão Universidade para os Índios (Cuia).

Nessa 20ª edição, mais de 550 candidatos se inscreveram no Vestibular dos Povos Indígenas, em todo o Estado. Desse total, 321 fizeram a prova e 274 foram classificados: 42 para as sete Universidades Estaduais (seis em cada) e 32 para a Universidade Federal do Paraná (UFPR). Os outros 200 candidatos estão nas listas de espera das respectivas instituições.

CLASSIFICADOS – Entre os convocados pela Unespar, cinco são da etnia Caingangue, da Reserva Indígena de Apucaraninha, na cidade de Tamarana, região metropolitana de Londrina. A outra estudante aprovada é da etnia Guarani, da localidade de Laranjinha, terra indígena localizada em Santa Amélia, no norte do Estado.

Classificada em primeiro lugar no curso de Enfermagem do Câmpus de Paranavaí, Taina Vãre Luis, da etnia Caingangue, pretende aplicar o conhecimento em benefício da comunidade indígena. “Eu sempre quis trabalhar na saúde para ajudar os povos indígenas. Também quero incentivar outras pessoas a seguirem por esse caminho, mostrando que é possível entrar na Universidade”, afirma.

Aprovada na quinta colocação, no curso de Licenciatura em História do Câmpus de Paranaguá, Inauê Lourenço Jacintho, natural da etnia Guarani, enfatiza que, como indígena, fazer parte da vida acadêmica vai ser muito importante. “Espero trilhar um bom caminho na Universidade e ocupar os espaços que, por direito, também são dos povos indígenas”. Atualmente, ela mora na terra indígena Tupã Nhee Kretã, em Morretes, no litoral paranaense.

Os candidatos convocados na primeira chamada que, por algum motivo, não efetivarem os pedidos de matrícula serão considerados desistentes das vagas, sendo substituídos pelos nomes da lista de espera, conforme a ordem de classificação. Ao todo, 30 candidatos se classificaram para a Unespar.

O edital com todas as informações, inclusive os documentos necessários para a matrícula, está disponível AQUI. As próximas chamadas podem ser acompanhadas no site da instituição de ensino superior: unespar.edu.br.

ACESSO – O Estado do Paraná foi pioneiro na oferta de cursos de graduação para indígenas. O Vestibular dos Povos Indígenas foi criado ainda em 2002 e tem amparo na Lei Estadual nº 14.995/2006. O programa reúne, hoje, cerca de 200 estudantes, somente nas Universidades Estaduais.

Coordenado pela Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Governo do Estado, o vestibular é realizado pela Cuia – colegiado composto por representantes das sete Universidades Estaduais e da UFPR, que também oferta cursos de graduação para esse público.

Em todo o território paranaense, vivem cerca de 13.300 indígenas, sendo, aproximadamente, 70% pertencentes ao povo Caingangue e 30% ao povo Guarani, distribuídos em 23 terras indígenas. Os jovens dessas etnias têm nesse programa mais uma oportunidade de acesso à graduação nas instituições que integram o Sistema Estadual de Ensino Superior do Paraná.