A Universidade Estadual de Maringá (UEM) aprovou, no mês de dezembro de 2019, a inclusão do período de licença-maternidade no currículo das pesquisadoras da instituição, inclusive em situações de adoção. Com o objetivo é tornar mais justo o acesso de mulheres às bolsas de iniciação científica e tecnológica ofertadas pela UEM, a medida prorroga em 12 meses o prazo para pontuação na avaliação curricular.

A professora Gislaine Camila Lapasini Leal, do Departamento de Engenharia de Produção da UEM, reconhece a necessidade de desenvolver políticas para incentivar e apoiar participação das mulheres na ciência. “A idade reprodutiva das mulheres acaba coincidindo com o período de ascensão da carreira. E a licença-maternidade faz com que seja difícil competir com outros pesquisadores que continuaram produzindo nesse período. A iniciativa é um grande avanço para a universidade”, destaca.

O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) permite, desde 2019, o registro de licença-maternidade no currículo Lattes, que é avaliado por agências de financiamento de pesquisas. A UEM possui um quadro de 1.590 docentes, sendo que 48,74% são mulheres.

“Para concorrer às bolsas, os professores submetem seus currículos que contam pontos no processo de avaliação. A proposta permite que as mulheres em licença-maternidade, ou seja, que não produziram durante o período, tenham um ano a mais para desenvolver pesquisas e concorrer de maneira igual”, salienta a coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação da UEM, Linnyer Beatrys Ruiz.

A professora Linnyer também é coordenadora do grupo de pesquisa Manna Team, responsável por elaborar a proposta em conjunto com o Comitê Mulheres na Ciência. O Manna Team é, atualmente, a maior rede de ensino e pesquisa no campo de robótica, Internet das coisas (IoT) e pensamento computacional do Paraná com cerca de 115 membros.

As atividades do grupo contemplam 15 escolas públicas e tem impacto em 10 municípios paranaenses: Maringá, Apucarana, Campo Mourão, Cianorte, Guarapuava, Jandaia do Sul, Mandaguari, Tamboara, Alto Paraná, Paranavaí. O projeto também tem atividades em São Paulo no município de.Presidente Epitácio e em Brasília, no Distrito Federal. Em 2020, Nova Andradina no Mato Grosso do Sul e Florestal em Minas Gerais também receberão atividades do Manna Team.

INCLUSÃO - O Centro de Tecnologia da UEM, que engloba cursos com menor participação feminina, criou o Comitê Mulheres na Ciência, com objetivo de elaborar projetos e políticas que promovam a inserção e o crescimento profissional de mulheres nas áreas de tecnologia. O comitê encaminhou também o pedido de prorrogação de prazo para as categorias de bolsa extensão, cooperação internacional e de mobilidade acadêmica.

Legenda: Profa. Dra. Linnyer com seu filho Don em missão na Austrália.