UEL recebe royalties gerados com transferência de tecnologia 08/06/2018 - 13:11

A UEL recebe este mês os primeiros royalties advindos da transferência da tecnologia referente a novo método para detecção rápida de formaldeído em leite direcionado ao setor produtivo. Esse é o primeiro caso de recebimento de royalties da UEL e foi intermediado pela Agência de Inovação Tecnológica da Universidade (AINTEC), conforme prevê a Lei de Inovação.

A tecnologia, desenvolvida pelo Laboratório de Inspeção de Produtos de Origem Animal (LIPOA), do Centro de Ciências Agrárias (CCA), começou a ser comercializada há menos de um ano, resultado da cooperação tecnológica entre a Instituição e a empresa Londrilab.

A transferência de tecnologia é uma das funções da Aintec, que possibilita aos pesquisadores a inserção no mercado de produtos e serviços criados por eles dentro da UEL. "Este processo foi o primeiro inteiramente providenciado, realizado pela Aintec, o que demonstra a capacidade de conhecimento instalada na nossa Agência para dar pleno suporte às demandas semelhantes que virão", declara a reitora da UEL, Berenice Jordão.

Como esse foi o primeiro caso da Agência, a equipe do Escritório de Transferência de Tecnologia (ETT) planeja o encaminhamento de futuros licenciamentos. "Estudamos toda e legislação e as resoluções internas da UEL da falam sobre o tema", explica a coordenadora do ETT, Isabela Guedes.

A Resolução do Conselho de Administração da UEL nº 251/2003, por exemplo, prevê a destinação de 10% do faturamento bruto resultante de comercialização do objeto da propriedade intelectual. De acordo com o contrato firmado entre a UEL e a Londrilab, o pagamento dos royalties é feito a partir da primeira comercialização e efetuado em base semestral referente às vendas brutas do semestre anterior.
Segundo Clodoaldo Trainotti, sócio da empresa, as primeiras vendas começaram 90 dias após a oficialização da transferência. "Nesse período levantamos os utensílios, equipamentos, embalagens, rótulos e documentação necessários para colocar o produto no mercado", explica. Desde então, são dez meses de comercialização que resultaram na venda de 60.600 análises, totalizando aproximadamente R$ 87.700 em valor bruto.

Produto - A tecnologia é vendida com o nome de FormolFree pela Londrilab em frascos de 100 e 250 ml. Cada miligrama representa uma análise que sai em torno de R$ 1,45. Com apenas uma análise é possível detectar a presença de formol em tanques (cerca de 10 mil litros) inteiros de leite.

O principal diferencial do produto, segunda a coordenadora do Lipoa, professora Vanerli Beloti, do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva, do CCA, é a velocidade com que a análise é feita. "O teste oficial, utilizado atualmente, detecta formol a partir de uma hora e meia. O desenvolvido por nós leva no máximo cinco minutos", explica a professora.

Atualmente, o FormolFree já é comercializado em indústrias de lacticínios do estado de São Paulo e dos estados da região sul. "Ter uma empresa parceira de um laboratório na universidade é importante porque quando começamos as pesquisa para criar um produto novo, muitas vezes não dá certo e ele fica parado na instituição", comemora Vanerli. A professora também celebra o fato de ter conseguido oferecer à sociedade a garantia de produtos lácteos saudáveis, sem a presença de formol.

Para Trainotti, a função social dessa parceria também é motivo de celebração. "Para nós enquanto empresa londrinense, fazer parte dessa conquista da maior Universidade da nossa cidade é um privilégio", afirma.

"Trabalhamos duro para fazer com que instituição e sociedade andem juntas, em benefício mútuo e ver a Universidade possibilitando essa transferência de conhecimento é muito recompensador. Estou muito feliz", também comemora a reitora.

ETT - O Escritório de Transferência de Tecnologia (ETT) desenvolve ações para transferência do conhecimento e das tecnologias geradas na UEL para o setor produtivo e para a sociedade. Atua também na gestão das demandas externas por serviços tecnológicos, atendendo empresas e empreendedores que buscam na UEL soluções para seus desafios tecnológicos.
"O ETT está sempre aberto para receber os pesquisadores da UEL que têm dúvidas sobre transferência de tecnologia, bem como para receber demandas de empresas que possuem interesse em tecnologias desenvolvidas pela Universidade", convida Isabela.