UEL lidera estudos científicos sobre coronavírus no Brasil 08/04/2020 - 16:30
Levantamento realizado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), uma das principais agências de fomento à pesquisa científica e tecnológica do Brasil, aponta a Universidade Estadual de Londrina (UEL) na liderança da pesquisa científica sobre coronavírus no País. Com 21 publicações, a instituição estadual de ensino superior (IEES) paranaense figura em terceiro lugar, atrás somente da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp), cada uma com 91 e 32 trabalhos publicados, respectivamente.
O superintendente de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Governo do Paraná, Aldo Nelson Bona, confirma o potencial de produção científica e de desenvolvimento tecnológico das sete universidades estaduais. “O sentimento é de satisfação ao saber que a UEL se destaca ao lado de outras instituições de renome internacional e se consolida entre as principais referências nacionais da Ciência”, afirma, ressaltando a capacidade intelectual de professores, alunos e pesquisadores das universidades paranaenses.
Na UEL, os estudos são dedicados a entender a interação entre o vírus, o ácido desoxirribonucleico (ADN ou DNA), o ácido ribonucleico (RNA) e o hospedeiro. Outro projeto visa ampliar as ações de enfrentamento à Covid-19, infecção respiratória aguda causada pelo coronavírus da síndrome respiratória aguda grave 2 (SARS-CoV-2). Para tanto, a universidade está criando um grupo com pesquisadores de diversas áreas com diferentes estudos, desde pesquisas com agentes infecciosos, de importância médica e ambiental até detecção, diagnóstico e controle do coronavírus, incluindo o desenvolvimento de novos antimicrobianos, como antivirais, antibacterianos, antifúngicos e antiprotozoários.
"Essas ações demonstram a nossa capacidade de produção de Ciência, Tecnologia e Inovação, que têm contribuído com o desenvolvimento do Paraná", diz o pró-reitor de pesquisa e pós-graduação da UEL, Amauri Alcindo Alfieri, que também atua como presidente do Conselho de Pró-Reitores de Pesquisa e Pós-Graduação da Fundação Araucária de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Estado do Paraná.
A família de vírus coronaviridae engloba cerca de 40 espécies conhecidas, que afetam animais, tanto mamíferos como aves, alguns atingindo, com letalidade, seres humanos. Os primeiros estudos científicos sobre coronavírus datam do final da década de 1960. Desde então, em todo o mundo, foram publicados mais de 12 mil trabalhos (dos tipos “Article”, “Proceeding Paper” e “Review”, na classificação do Web of Science) sobre o tema. Somente em neste ano, em menos de três meses, os trabalhos sobre o tema já ultrapassam a marca de 200 publicações.
Os Estados Unidos e a China lideram as pesquisas científicas sobre coronavírus. Os dois países respondem por 4.400 e 2.523 estudos nessa área. Somando 217 trabalhos, o Brasil figura em 17º no ranking. O levantamento foi feito pela Fapesp em 23 de março de 2020, a partir do tópico “coronavírus”, na base de periódicos internacional Web of Science. A base nacional de periódicos acadêmicos SciELO, que está no Web of Science, integra a busca.
UVPR - No início deste mês, a Universidade Virtual do Paraná (UVPR), que reúne os centros de Educação a Distância (EaD) das sete universidades estaduais, lançou o site Coronavírus em Análise. A iniciativa pretende destacar estudos científicos nacionais e internacionais, relativos ao novo coronavírus e à Covid-19, especialmente nessa época, em que a informação de qualidade se mostra relevante entre os cidadãos. Atualizado diariamente, a página também contempla produções audiovisuais, com relatos e reflexões de diferentes pesquisadores. O conteúdo pode acessado no endereço eletrônico uvpr.pr.gov.br/coronavirus.