A Universidade Estadual de Londrina lançou nesta sexta-feira (26) a campanha ACESS@ UEL - Rede Inclusiva para Estudantes, com o objetivo de arrecadar tablets para promover a inclusão digital no retorno das atividades acadêmicas, previsto para o próximo dia 29. O calendário da graduação está suspenso desde o dia 17 de março por causa da pandemia de COVID-19, causada pelo novo coronavírus. O retorno das atividades, em um primeiro momento, será de forma remota, respeitando-se as características de cada curso da Universidade.

A campanha foi lançada durante cerimônia online de encerramento do "VIRTUEL: refletindo e capacitando", evento voltado para o debate sobre o uso das tecnologias de comunicação e informação no ensino remoto. A cerimônia contou com a presença do reitor da UEL, Sérgio Carvalho; do superintendente estadual de Ciência Tecnologia e Ensino Superior (SETI), professor Aldo Bona; do diretor do Laboratório de Tecnologia Educacional (LABTED), professor Pedro Paulo Ayrosa.

O reitor Sérgio Carvalho disse que a campanha ACESS@UEL objetiva criar uma rede inclusiva para dar suporte a estudantes em situação de vulnerabilidade social. Ele disse que a UEL tem parceria com a SETI para fornecer internet para os estudantes, mas muitos não têm acesso a equipamentos digitais que comportem a navegação para a realização das atividades não presenciais de seu curso.

Ele complementa que a vulnerabilidade dos estudantes não se refere apenas ao acesso à tecnologia. Muitos tinham estágio e emprego que perderam, por causa do distanciamento social, imposto pela pandemia de COVID-19 e, hoje, inclusive passam necessidades básicas. Conforme o professor, é preciso dar condições a esses estudantes e, também, a grupos como os de indígenas e de apenados.

Confira o áudio.

Conforme Sérgio Carvalho, a instituição vai mobilizar professores, técnicos, estudantes e egressos que tenham condições de adquirir um tablet para que seja doado à Universidade, que vai repassar a estudantes que não têm acesso ao equipamento digital. Assim, esses universitários poderão acompanhar o conteúdo não presencial do curso. A compra do tablet deve ser feita de forma identificada, na qual o comprador assina um termo de doação do equipamento à UEL. O documento deve constar nos registros da Universidade. Confira o Termo de Doação - Termo de Doação.

Configurações mínimas - O tablet precisa ter uma configuração mínima com as seguintes especificações: possuir entrada para chip de telefonia celular (3G ou 4G); no mínimo 16 Gb de memória física e 1 G de memória virtual (RAM); no mínimo 7 polegadas; sistema operacional Android 8.1 ou iOS 10.1.  Para facilitar a escolha, a UEL sugere alguns modelos que atendem às necessidades das atividades remotas. São aparelhos com valor abaixo de R$ 1.000,00: Samsung TAB A - T295 ou 7290N; Philco 10 - PTB10RSG e Philco 7 - PTB7RSG ; Multilaser M10 NB331, NB287 ou NB253, Multilaser M7 - NB325, NB304, NB305 ou NB306.

O equipamento pode ser adquirido em qualquer loja física ou virtual e deve ser encaminhado ao seguinte endereço: Serviço de Bem Estar à Comunidade da UEL (SEBEC), Rodovia Celso Garcia Cid - PR 445 - Km 380, Campus Universitário:Cx. Postal 10.011 - CEP 86.057-970 - Londrina/PR. Pessoalmente, as entregas podem ser feitas às segundas-feiras, das 8h30 às 11h30; às quartas-feiras das 14 às 17 horas; e às sextas-feiras, das 8h30 às 11h30.

Calcula-se cerca de 20% dos estudantes necessitam de algum tipo de apoio, sendo equipamento ou acesso à internet. Isso equivale a cerca de 3 mil pessoas. Conforme os critérios da Universidade, os primeiros contemplados com o tablet serão os alunos em maior situação de vulnerabilidade social, identificados pelo SEBEC. O estudante da UEL deve receber o tablet mediante empréstimo, assinando um termo de compromisso. Essa modalidade já existe em alguns cursos, conforme a necessidade, como o de Odontologia que realiza empréstimos de aparelhos odontológicos.

O vice-reitor da UEL, professor Décio Sabbatini, lembra que a importância da mobilização da comunidade interna e externa reside na constituição de uma rede de solidariedade para estudantes que não têm condições financeiras, visando a inclusão digital. "A UEL é uma Universidade inclusiva. E tem que ser mesmo", afirma o professor. Por isso, a necessidade de mobilizar a comunidade interna e sensibilizar a comunidade externa.

O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE) da UEL aprovou na última quarta-feira (24) o retorno das atividades acadêmicas para o dia 29 próximo. A proposta da Câmara de Graduação da Universidade prevê o retorno levando em consideração três pilares: garantia da qualidade de ensino, inclusão social e segurança sanitária. Pela proposta, em etapa inicial as atividades serão não presenciais para todos os cursos e séries que tiverem condições. Em uma segunda fase, as atividades serão retomadas de forma gradual e escalonada com atividades presenciais, associadas às não presenciais.

A última fase prevê o retorno ampliado das atividades presenciais. Tanto a segunda quanto a terceira etapas não tem previsão de data. O professor Décio Sabbatini afirma que as atividades acadêmicas remotas, com o retorno da graduação na UEL, não podem ser confundidas com a modalidade de ensino a distância, cuja legislação estabelece exigências específicas. Confira o áudio.