UEL integra rede nacional de usina fotovoltaica para previsão de tempo em fazendas 17/05/2021 - 10:35
Usar usinas fotovoltaicas para a previsão do tempo em fazendas, com o objetivo de obter, no menor espaço de tempo, informações fidedignas sobre o clima, com o máximo de segurança possível. Esse é o objetivo do subprojeto Inteligência Artificial e Smart Grids para Análise de Tempo, Previsão e Cibersegurança em Usina Fotovoltaica. Desenvolvido pelos professores do Departamento de Computação, do Centro de Ciências Exatas (CCE), Bruno Bogaz Zarpelão e Sylvio Barbon Junior, o subprojeto é uma parceria da UEL com o Grupo Jacto.
O subprojeto é apenas uma das iniciativas do Projeto Centro de Pesquisa Aplicada em Inteligência Artificial Recriando Ambientes (CPA IARA), aprovado recentemente junto a outras seis propostas, conforme Edital lançado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e pelo Comitê Gestor da Internet (CGI.br).
O IARA ficará sediado no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC), da Universidade de São Paulo (USP), Campus São Carlos. Segundo o vice-diretor do instituto, professor André de Carvalho, a iniciativa vem para ajudar a criar cidades inteligentes e sustentáveis em todo o Brasil. Por isso, nasce como uma rede, envolvendo pesquisadores de várias regiões – entre elas, Londrina, por meio da UEL.
Fazendas inteligentes e seguras
Segundo Barbon, o subprojeto da UEL vem para aprimorar os mecanismos de cibersegurança e tráfego de informações utilizando inteligência artificial no agronegócio. “No Brasil, observamos que há deficiências na previsão do tempo em fazendas. Atualmente, as fazendas contratam uma empresa para fazer esse serviço remotamente. A ideia é que, como uso dos smart grids na usina fotovoltaica, nas placas de captação de energia solar, possamos conferir as mudanças de tempo com exatidão e velocidade”, explica.
Outra preocupação do subprojeto é com a segurança das informações: ataques a usinas têm sido cada vez mais frequentes, segundo Barbon. “Se conseguimos captar um grande número de informações e esse terminal sofre um ataque hacker, o produtor pode ser seriamente prejudicado com sequestro de dados. Pode chegar para ele que não há geração de energia suficiente ou, até mesmo, sobrecarregar e queimar o hardware da usina fotovoltaica”, comenta.
A proposta final é entregar relatórios técnicos e modelos de inteligência artificial para que os profissionais que acessam o dashboard – painel visual que contém informações e métricas, no caso, sobre a produção. “Para tudo isso, no entanto, precisamos de cibersegurança. No Brasil, atualmente, não é possível nem chegar próximo a essas usinas com smart grids com celulares, por conta do sinal de wi-fi. Ainda estamos começando nisso”, observa.
Financiamento – O subprojeto vai receber bolsas e equipamentos da FAPESP nas próximas etapas. A intenção, segundo Barbon, é contemplar estudantes de todos os níveis, de graduandos de Iniciação Científica (IC) a doutorandos. O subprojeto tem duração de três anos. “Ainda estamos alinhando as entregas da FAPESP para saber quanto teremos disponível em termos de financiamento”, confirma.