UEL é parceira na campanha Londrina Unida Contra a Dengue 23/01/2020 - 10:15
Nos 20 primeiros dias de 2020, Londrina registrou 1.047 casos de dengue, sendo 64 confirmados e duas mortes estão em investigação porque podem ter sido causadas pela doença. Os números foram apresentados nesta quarta-feira (22), durante o lançamento da campanha "Londrina unida contra a dengue", da Prefeitura do Município. O lançamento foi realizado no Auditório Cyro Grossi, no Campus da UEL.
Participaram da solenidade o reitor em exercício da UEL, o professor Décio Sabbatini Barbosa; o prefeito de Londrina, Marcelo Belinati; o secretário municipal de Saúde, Felippe Machado e o presidente da Associação Comercial e Industrial de Londrina (ACIL), Fernando Moraes, representando a sociedade civil londrinense.
Marcelo Belinati destacou que o mosquito da dengue está resistente e, por isso, a necessidade de combater a sua reprodução. "Apesar de a infestação estar com os mesmos parâmetros de anos anteriores, o número de casos notificados e de casos confirmados estão muito maiores. Por isso, a necessidade do envolvimento de toda a população".
A UEL é parceira na campanha e atua como importante centro de pesquisa, reforçando o combate ao mosquito. O reitor em exercício, professor Décio Sabbatini Barbosa, colocou a estrutura da UEL à disposição da campanha e do combate ao Aedes aegypti. "Temos professores e pesquisadores que podem ajudar na melhoria das ações de combate ao mosquito", afirma. "Precisamos de conscientização, mobilização para chegar à erradicação do Aedes".
Nesse sentido, a UEL desenvolveu um bioinseticida em duas formulações - comprimido e pó - que serve para controle do mosquito Aedes aegypti. O resultado do projeto foi apresentado em Brasília, no final do mês de outubro do ano passado. A apresentação foi feita em reunião com representantes do Ministério da Saúde, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).
O coordenador pela UEL é o professor João Zequi, do Departamento de Biologia Animal e Vegetal, do Centro de Ciências Biológicas (CCB). O projeto tem a participação da professora Gislayne Trindade Vilas Bôas, também do CCB, e contou com financiamento de órgãos federais de incentivo à pesquisa científica.
Risco de epidemia - Durante o lançamento da campanha, que promete mobilizar a cidade no combate ao mosquito Aedes aegypti, a diretora de Vigilância em Saúde da Secretaria de Saúde, Sonia Fernandes, apresentou um quadro preocupante em relação aos casos confirmados e de infestação do vetor da dengue. "Efetivamente, estamos em uma situação de risco [para epidemia]".
Ela afirma que a infestação, segundo o primeiro Levantamento Rápido de Infestação do Aedes aegypti (LIRAa), é de 7,7% (índice geral). O estudo foi realizado no período de 6 a 11 de janeiro, com 10.483 imóveis. A maioria dos focos de larvas está dentro das residências (88%). Os outros 12% foram registrados em terrenos baldios.
As cinco localidades de Londrina com maior infestação do mosquito da dengue, segundo o LIRA, são o jardim Nossa Senhora Aparecida (região Norte), com 33,33%; Jockey Club (região Oeste), 30,43%; Vila Yara (centro), 30%; Água das Pedras (região leste), 28,57% e jardim Hedy (região oeste), com 25%. Os principais criadouros do mosquito da dengue são, segundo Sônia Fernandes, depósitos móveis (43%) como vasos, pratos e frascos com plantas e bebedouros de animais; recicláveis (32,3%) como recipientes, garrafas e latas; pneus e outros materiais (7;7%).
Um aliado importante no combate ao mosquito é a pulverização do inseticida UBV, conhecido como fumacê. Sônia Fernandes alertou que o município está sem o inseticida. "Hoje não temos o UBV para matar o mosquito. O Brasil está desabastecido". O material é enviado pelo governo federal, a partir do Ministério da Saúde.
Campus Universitário - A Prefeitura do Campus Universitário (PCU) da UEL está reforçando as ações de combate ao mosquito Aedes aegypti nas dependências da Universidade. O diretor de Serviços Gerais da PCU, Daniel Corrêa, explica que os funcionários da instituição seguem uma listagem de 22 itens para checar.
Daniel Corrêa afirma que esses itens são verificados inclusive na rotina do trabalho dos funcionários. "Na limpeza e roçagem, por exemplo, orientamos os funcionários a recolher todo recipiente que pode acumular água", comenta o diretor da PCU. Entre os itens a serem verificados estão, por exemplo, a vedação de galões, tambores, pneus cobertos, caixas d'água vedadas, areia em prato de vasos de plantas, acúmulo de água em bromélias e outras plantas, bandejas de ar condicionado e geladeiras, entre outros. Além disso, a limpeza de calhas em toda extensão do Campus Universitário, que abriga oito Centro de Estudos, também é reforçada no combate à dengue.
Também para combater a proliferação do mosquito dentro e fora do Campus, a Universidade mantém o Grupo de Trabalho de Vigilância e Controle do Aedes aegypti na UEL, normatizado pela portaria nº 1302, de 10 de março de 2016.