Teste da orelhinha detecta perda auditiva em recém-nascidos 24/05/2010 - 11:10

O projeto “Saúde auditiva: da promoção à reabilitação” já atendeu mais de 10 mil pessoas na região de Irati, desde 2005. Apoiado pela Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), com recursos do Fundo Paraná, o projeto foi criado na Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) com o objetivo de promover a saúde auditiva, prevenir, diagnosticar e reabilitar casos de deficiência auditiva.
Em 2007, foi implantada a triagem auditiva neonatal em Irati e cidades vizinhas, para fazer gratuitamente o diagnóstico precoce de deficiências auditivas. A triagem usa o exame de emissões otoacústicas evocadas – popularmente conhecido como Teste da Orelhinha – para detectar perdas auditivas em recém-nascidos de nove municípios da região. Identificada a deficiência, a criança é encaminhada para acompanhamento e atendimento especializado, com intervenções terapêuticas para a reabilitação. A detecção precoce possibilita a instrução da família, para redução dos impactos da deficiência no aprendizado da criança.
De acordo com o secretário da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, professor e advogado Nildo Lübke, um projeto como esse, que diagnostica precocemente deficiências auditivas na população, é muito importante. “A secretaria está preocupada com a necessidade de inserção social, e, ao mesmo tempo, com as soluções necessárias para as demandas da sociedade”, disse o secretário.
No Brasil, a cada mil crianças nascidas, três apresentam algum tipo de perda auditiva. Em grande parte dos casos, os pais só percebem que seu filho possui algum tipo de perda auditiva aos dois ou três anos de idade. Nesta idade, a criança já enfrenta problemas de socialização e atraso de linguagem.
A fonoaudióloga Juliana de Conto, professora da Unicentro, é a idealizadora e coordenadora do projeto. Para ela, o maior benefício das crianças que recebem este diagnóstico precoce é a possibilidade de ter uma educação especializada, pois os pais são preparados desde a descoberta da deficiência. “O diagnóstico precoce possibilita aos pais aprenderem a dialogar com estas crianças desde muito cedo”, aponta a professora.
As atividades do projeto vão do diagnóstico da surdez ao apoio à família, com alternativas de educação ao deficiente auditivo, com atendimento fonoaudiológico especializado. Entretanto, a atenção do programa abrange também todas as faixas etárias da população, de escolares a idosos, visto que a surdez pode ocorrer a qualquer momento da vida. Além dos auxílios aos familiares, o projeto também orienta educadores, para que seja facilitada a inclusão destas crianças nas escolas.