Tecpar moderniza laboratório de vacina antirrábica para ampliar capacidade de produção 15/10/2024 - 12:00
O Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) passou a operar, neste mês, um novo equipamento de envase para o laboratório de produção da vacina antirrábica veterinária. A aquisição da máquina envasadora, no valor de R$ 2,1 milhões, faz parte de um projeto maior, para Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), com investimento total de R$ 22,7 milhões do Fundo Paraná.
O Tecpar é o único laboratório público brasileiro a fornecer vacina antirrábica veterinária ao Ministério da Saúde, que utiliza o imunizante nas campanhas de vacinação de cães e gatos em todo o País. O atual contrato entre Tecpar e Ministério da Saúde prevê o fornecimento, até janeiro de 2025, de 26 milhões de doses.
O diretor-presidente do Tecpar, Celso Kloss, salienta que o instituto submeteu esse projeto de pesquisa ao Fundo Paraná, vinculado à Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), para implementar um laboratório de P&D para pesquisa de melhorias do processo produtivo e para ampliar a capacidade de produção do laboratório.
“O Tecpar, desde os anos 1970, fornece a vacina antirrábica veterinária ao Ministério da Saúde, com um imunobiológico que foi evoluindo ao longo da história. Com esse projeto no Fundo Paraná, queremos inserir novas tecnologias no laboratório e reafirmar o Tecpar como o maior fornecedor público de vacina antirrábica com qualidade comprovada”, destaca.
O projeto de Pesquisa e Desenvolvimento de métodos para controle da qualidade do processo produtivo e ampliação da escala de produção da vacina antirrábica no Centro de Desenvolvimento e Produção de Imunobiológicos do Tecpar, submetido ao Fundo Paraná no início do segundo semestre de 2024, tem prazo total de 36 meses de execução.
MODERNIZAÇÃO – A instalação do novo equipamento de envase para o laboratório de produção da vacina antirrábica veterinária é uma importante etapa do projeto, destaca Jorge Minor Inagaki, médico veterinário que coordena o projeto no instituto.
Ele explica que um dos primeiros ganhos sentidos é o de eficiência: com a infraestrutura antiga, eram necessários cinco colaboradores junto à máquina de envase. Já com a nova tecnologia, só três profissionais precisam participar da fase de envasamento do produto. O envase é a parte final do processo de produção, quando o imunizante é colocado em frascos para serem enviados ao Ministério da Saúde.
“Esse novo equipamento faz parte do conjunto de investimentos e possibilitará o escalonamento na produção da vacina, visando o atendimento da demanda nacional com um produto de qualidade e em quantidade suficiente para a execução das campanhas”, ressalta.
CAMPANHAS – O Programa Nacional de Profilaxia da Raiva (PNPR), criado em 1973, implantou, entre outras ações, a vacinação antirrábica canina e felina em todo País e as campanhas nacionais de vacinação para estes animais, que acontecem uma vez por ano.
Com a vacina fornecida ao PNPR, produzida pelo Tecpar há mais de 40 anos, o Brasil conseguiu controlar os casos de raiva. Nos últimos 30 anos, o País registrou uma significativa redução na ocorrência de raiva em animais e, por consequência, nas taxas de mortalidade por raiva humana.
Os recursos para a construção da planta são oriundos do Fundo Paraná de fomento científico e tecnológico administrado pela Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) para o financiamento de projetos em áreas estratégicas do Paraná.
SOROLOGIA - Além da produção da vacina antirrábica veterinária, o Tecpar também é referência na realização do teste de sorologia antirrábica para animais de estimação, com o laudo aceito nos 27 países-membros da União Europeia, além dos Estados Unidos, da China, do Reino Unido, da Suíça, da Noruega, da Coreia do Sul e dos Emirados Árabes. A apresentação do laudo do exame é obrigatória para viajantes brasileiros que queiram levar consigo seus animais de companhia em viagens internacionais.
O Tecpar foi o primeiro laboratório do Sul do Brasil credenciado para a emissão de laudos a tutores. O documento comprova que o animal que recebeu a vacina antirrábica no Brasil realmente está imunizado e produziu anticorpos contra o vírus da raiva.