Simepar faz monitoramento inteligente das águas com tecnologia IoT 20/04/2021 - 08:52

O Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) começa a utilizar a plataforma Internet das Coisas (IoT – Internet of Things) para acompanhar e avaliar a qualidade das águas. Para tanto, planeja modernizar e ampliar a sua rede automatizada de estações hidrometeorológicas, que coletam os dados da natureza com transmissão em tempo real à sua central de operações.

“Estamos na fronteira de uma ruptura tecnológica que impactará fortemente a maneira como a natureza será analisada e protegida. Com o monitoramento ambiental inteligente e o massivo volume de informações obtidas, o próprio ambiente - uma bacia ou floresta - se torna inteligente e poderá nos contar o que acontece, nos alertar de problemas e indicar antecipadamente o curso de ações para sua proteção”, explica o diretor presidente do Simepar, Eduardo Alvim Leite.

O projeto ocorre no contexto de mudança do cenário tecnológico por meio da inteligência artificial, que viabiliza a conectividade digital entre dispositivos e objetos de modo a maximizar a eficácia. Segundo o engenheiro eletricista da Coordenação de Infraestrutura do Simepar, Moisés Fernandes de Souza, “o monitoramento ambiental inteligente reduz custos, amplia a quantidade e a precisão dos dados, possibilita a transmissão imediata e facilita a integração das informações, aumentando a eficiência do processo”. Um exemplo é o alerta de evento meteorológico severo, que poderá indicar com mais precisão as áreas a serem afetadas por uma tempestade, um alagamento, descargas atmosféricas ou uma ressaca, disparando sirenes localizadas.

ECONOMICIDADE - O novo processo tem uma relação custo-benefício muito vantajosa, favorecendo a economicidade. O custo dos equipamentos baseados em sistemas IoT fica em torno de um décimo do processo tradicional. Por sua vez, o banco de dados (Big Data) aumenta de forma exponencial em quantidade e qualidade, com armazenamento em nuvem.

A inovação favorece o desenvolvimento de produtos com aplicações específicas, ampliando a gama de serviços prestados pelo Simepar à sociedade e aos seus clientes. Entre os setores a serem beneficiados estão a construção civil, refinarias, energia elétrica, meio ambiente, agronegócio, produção de eventos, pesquisa científica, defesa civil e gestão pública municipal de cidades inteligentes (smart cities) de modo geral.

“A tecnologia é uma grande aliada do meio ambiente. Estamos passando por momentos críticos e o suporte tecnológico do Simepar nos traz respostas mais assertivas nas ações a serem realizadas”, ressalta o secretário do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, Márcio Nunes.

PROJETO PILOTO – O primeiro protótipo foi instalado há um ano no campus do Centro Politécnico da Universidade Federal do Paraná onde fica a sede do Simepar, em Curitiba. Outro equipamento foi testado em Ponta Grossa, numa área mais afastada do centro urbano.

Atualmente, o Simepar desenvolve um projeto piloto do monitoramento inteligente da água numa barragem localizada no rio Teles Pires, no Mato Grosso. Cinco estações IoT monitoram a temperatura da água, condutividade, turbidez, oxigênio dissolvido e total de gases dissolvidos, entre outras variáveis, com transmissão dos dados a cada minuto. Está em desenvolvimento outro projeto para coletar imagens de barragens e monitorar a rede de rios e reservatórios de quatro estações de água nos arredores de Curitiba.

“Os avanços em tecnologias de baixo consumo de energia associadas à conectividade em grandes distâncias – como LoRa, Sigfox e NB-IoT - permitem que as coisas sejam identificadas, detectadas e controladas remotamente”, observa o analista de suporte em tecnologia da informação do Simepar, Luiz Fernando Grodzki. O hardware para processamento dos dados foi desenvolvido no próprio Simepar, com base customizada. A nova rede será composta por 50 estações com dois sensores e deve estar completa até dezembro de 2021.