Seti e UEPG firmam convênio para certificação de produtos orgânicos 11/08/2009 - 11:48

A Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (Seti) e a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) assinaram convênio no início deste mês para acompanhamento de produção e certificação de produtos orgânicos na região dos Campos Gerais. A Secretaria aplicará R$ 155 mil na execução do projeto, ao longo de dois anos.
Para o reitor da UEPG João Carlos Gomes, a aplicação dos recursos provenientes do convênio em uma área que assegure qualidade do ambiente e valorize processos mais ecológicos é muito importante para a universidade. “O projeto demonstra o envolvimento dos pesquisadores com as questões que envolvem produtores de orgânicos”.  
O convênio prevê a liberação de três bolsas para recém-formados, para assessoria na produção de produtos orgânicos; e para profissionais auditores, que vão realizar a certificação da produção orgânica em parceria com o Instituto de Tecnologia do Estado do Paraná (Tecpar). As propriedades rurais analisadas deverão se enquadrar nas normas de produção orgânica definidas pelo Ministério da Agricultura e Pecuária.
Segundo o professor Pedro Henrique Weirich Neto, um dos responsáveis pela execução do projeto, do departamento de Ciência do Solo e Engenharia Agrícola da Universidade, estão previstas análises dos alimentos nos laboratórios do Tecpar, que demandam instrumentação e técnicas apuradas e, geralmente, com custos elevados.
Também há no convênio a possibilidade de aquisição de um carro para o projeto, bem como equipamentos e verba de custeio para dois anos. Desse modo, conforme afirma Pedro Henrique, a certificação teria custo zero, com validade inicialmente estadual e prioridade para os casos de agricultura familiar. “As propriedades e os produtos a serem certificados, através da emissão do selo de produção orgânica, são uma garantia adicional para o consumidor de que esses produtos foram produzidos com a aplicação de métodos culturais, biológicos e mecânicos, em contraposição ao uso de materiais sintéticos e organismos geneticamente modificados”. Pedro observa que se vislumbra uma melhor qualidade de vida tanto para os agricultores familiares como para os consumidores.
Os produtos agrícolas orgânicos possuem, hoje, um mercado crescente, com demanda que supera a oferta de produtos, segundo Carlos Hugo Rocha, também responsável pela execução do projeto e do departamento de Ciência do Solo e Engenharia Agrícola. Ele comenta que estimativas da Federação Internacional dos Movimentos de Agricultura Orgânica (IFOAM) mostram que o mercado de orgânicos apresenta, no Brasil, potencial anual médio entre 25% e 30%, e movimenta em torno de R$ 200 milhões, para um mercado global de US$ 40 bilhões.
Pedro ainda assinala que o projeto viabilizado pelo convênio com a Seti representa um ganho imensurável, pois faz parceria entre o produtor familiar, que não possuiu capital, os órgãos tecnológicos, a universidade e o Tecpar, permitindo a produção e certificação de produtos orgânicos. “As análises de hormônios e resíduos de defensivos agrícolas são caríssimas, e sem os benefícios de convênios com este seriam inviáveis”, disse o professor assinalando que “esse projeto vai contribuir para o desenvolvimento da agricultura orgânica em todo o estado, ao propiciar interação e difusão do conhecimento de agricultores familiares e técnicos”.
Também são responsáveis pela execução do projeto os professores Marcelo Ribeiro Romano, do departamento de Ciência do Solo e Engenharia Agrícola, e a professora Maria Marta Loddi, do departamento de Zootecnia.