Seti articula parceria internacional para desenvolvimento de projetos de sustentabilidade 26/11/2019 - 18:10

Nesta terça-feira (26), a Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (Seti) recebeu professores da Deakin University, universidade pública localizada no Estado de Victoria, no sudeste da Austrália. Na pauta da visita, esteve a articulação e formalização de parceria para o desenvolvimento de projetos de sustentabilidade, com amparo no Memorando de Entendimento – tradução do termo inglês Memorandum of Understanding (MoU) – firmado entre os estados do Paraná e de Victória, em abril de 2015, renovado em abril deste ano.

O objetivo é valorizar o processo de internacionalização das instituições de ensino superior estaduais paranaenses, e possibilitar avanços científicos e tecnológicos em várias áreas do conhecimento. “Vamos elaborar um plano de trabalho com foco no impacto das mudanças climáticas na produção agrícola, a fim de empreender soluções práticas para a melhoria de vida dos cidadãos, ou seja, nosso propósito é fazer com que o conhecimento e a tecnologia estejam a serviço da sociedade, segundo o que preconiza o governo 5.0”, afirmou o superintendente de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Nelson Bona.

A parceria prevê um aporte inicial de recursos da ordem de R$ 1,2 milhão, sendo metade do valor investido por cada uma das partes envolvidas: 200 mil dólares australianos do Estado de Victória e cerca de R$ 600 mil (equivalente a 200 mil dólares australianos) do Governo do Paraná. “A expectativa é que a parceria seja firmada em dezembro deste ano, com vigência de dois anos, e as ações iniciadas entre março e abril de 2020”, destacou o superintendente Aldo, ressaltando a importância de “otimizar os recursos, integrar as equipes e envolver todas as universidades estaduais do Paraná”.

Segundo o titular da Seti, o montante pode ser ampliado, a partir do envolvimento de outros parceiros, como a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), que tem demonstrado interesse em participar, além de grupos empresariais da iniciativa privada.

Um dos integrantes da comitiva, o professor Lauro Ribas, que atua como gerente internacional da Deakin University no Brasil, disse que o intuito é que a parceria seja estruturada em duas frentes: “uma no âmbito da produção agrícola e outra voltada à preservação de mananciais de água, ambos com foco no impacto das mudanças climáticas”.

O encontro contou ainda com a presença dos professores da Deakin University, Victor Sposito, especialista em planejamento estratégico, e Robert Faggian, especialista em adaptação a mudanças climáticas. Também participaram da reunião o chefe de Relações Internacionais da Seti, Luis Paulo Gomes Mascarenhas, o professor da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), Sidnei Osmar Jadoski, e o gerente de Pesquisa e Inovação da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), Gustavo Rafael Collere Possetti.

PROJETOS DE SUSTENTABILIDADE – Uma das ações da parceria mira na conservação da Bacia do Rio Miringuava, situada no município de São José dos Pinhais, um dos principais mananciais de abastecimento da Região Metropolitana de Curitiba. Com potencial hídrico a ser ainda mais explorado nos próximos anos, essa bacia fluvial atende cerca de 230 mil pessoas na capital paranaense, além das cidades de Araucária, Fazenda Rio Grande e São José dos Pinhais.

Outra ação da parceria abrange estudos focados nos impactos das mudanças climáticas na produção agrícola. Essa etapa deve ser desenvolvida no município de Guarapuava, no Centro-Sul do Paraná, com o apoio e envolvimento direto da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro).

O professor Robert Faggian salientou que a Agricultura é uma atividade dependente de fatores climáticos, por isso a mudança no clima pode afetar a produção agrícola de várias formas e, consequentemente, a economia. "É preciso discutir metodologias e possíveis estratégias para corrigir esses problemas, considerando as mudanças e os novos cenários até o ano de 2050”, disse o especialista.

“Podemos fechar um acordo de colaboração, para que possamos desenvolver um projeto em conjunto, que valorize as ações que associem desenvolvimento científico e sustentabilidade”, completou o professor Victor Sposito, reconhecendo a importância da colaboração internacional e da valorização do capital intelectual para a solução de problemas ambientais.

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