Secretária Lygia Pupatto visita projeto do palmito juçara 18/01/2010 - 09:30

A secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Lygia Pupatto, visitou nesta sexta-feira (15) o projeto do palmito juçara, desenvolvido pelo Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) em parceria com a Associação de Pequenos Produtores Rurais e Artesanais de Antonina (Aspran), a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e com investimentos da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti). O projeto ainda conta com o apoio do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
De acordo com Lygia, esse projeto contribui para melhorar a qualidade de vida das pessoas e incentivar a preservação ambiental. “O nosso objetivo é que o conhecimento produzido nas instituições de pesquisa e de ensino superior sirva para melhorar a qualidade de vida das pessoas e também para aproveitar a riqueza que temos no nosso Estado”, disse.
Intitulado “Geração de tecnologias para produção comercial de polpa de frutos de juçara no Litoral do PR”, o projeto pretende gerar emprego e renda aos agricultores familiares da região e contribuir com a conservação do palmito juçara, espécie hoje ameaçada de extinção. Através do Fundo Paraná, a Seti está investindo quase R$ 140 mil no projeto.
O coordenador do projeto e engenheiro agrônomo do Iapar de Ponta Grossa, Francisco Paulo Chaimsohn, disse que as indústrias farmacêutica, de alimentos e de cosméticos já demonstraram interesse pela polpa do fruto do palmito juçara. “O apoio da Seti está sendo fundamental. Sem ele, o projeto não estaria sendo realizado. Agora, a expectativa é produzir um produto de qualidade que possa ser comercializado”, afirmou.
O presidente da Aspran, Gabriel Flizikowski, também está contente com os progressos conquistados após um ano de funcionamento do projeto. “Podemos dizer que 50% do projeto já estão concretizados. O objetivo é a produção com qualidade da polpa do fruto da palmeira juçara, que ela possa entrar não só em um mercado nacional, mas também para exportação”, citou.
O projeto está beneficiando diretamente 9 propriedades região. Entretanto, já estão sendo trabalhadas novas parcerias, que devem beneficiar ainda mais paranaense.
PALMITO JUÇARA – Euterpe edulis, o palmiteiro ou palmito juçara, é o principal produto não-madeirável da Mata Atlântica. Quase chegou a ser quase extinto e, atualmente, é um componente escasso da floresta. Embora a extração do palmito seja uma atividade socioeconômica importante no litoral do Paraná, a legislação ambiental vigente não a permite, sendo realizada de modo clandestino.
Entretanto, a exploração de frutos pode se tornar uma alternativa mais lucrativa do que a extração do palmito, além de contribuir para a conservação da espécie. O açaí obtido de frutos de juçara pode ser utilizado para compor bebidas energéticas, sucos, produtos nutracêuticos, cosméticos, entre outros, de forma similar ao açaí produzido no Norte do Brasil.
Os frutos, após serem despolpados, fornecem como produto não só a polpa para ser consumida como alimento, mas também uma grande quantidade de sementes que podem ser utilizadas para o repovoamento de áreas onde o palmito foi extinto e não há mais capacidade de regeneração natural.
Um aspecto positivo do manejo da juçara para a produção do açaí, em relação ao manejo para palmito, é que sua retirada implica morte da planta, que leva de cinco a oito anos para chegar a um estágio de corte, enquanto a coleta de fruto pode ser feita ano após ano com a mesma planta, pois não é necessário cortá-la. A utilização do fruto do palmito juçara também é mais rentável aos agricultores do que a extração do palmito.