Projetos de Extensão da Unespar atuam no combate à Dengue 19/12/2019 - 10:44
O Brasil já registra mais de 1,4 milhão de casos de dengue desde janeiro deste ano. No Paraná, desde o início do novo ciclo epidemiológico, que começou na primeira semana de agosto, foram notificados 14.608 casos suspeitos de dengue*. Destes, 2.631 foram confirmados e 3.761 estão em investigação. Ao todo, 14 municípios paranaenses estão em estado de alerta e 10 estão em epidemia - quando a incidência da doença é de mais de 300 casos a cada 100 mil habitantes. Na Universidade Estadual do Paraná (Unespar), campus de Paranavaí, uma oficina ofertada por um projeto de extensão focado na capacitação de agentes de saúde tenta mudar esse quadro.
Por meio do projeto “Núcleo multiprofissional de educação permanente: foco na promoção à saúde e prevenção de agravos” (Numeps), são realizadas oficinas em que são trabalhadas algumas estratégias educativas para atingir a população na prevenção à dengue. Os participantes aprendem a produzir fantoches e histórias envolvendo a temática, que depois são apresentadas em intervenções em escolas, creches, feiras e unidades de saúde.
“É uma metodologia dinâmica e que facilita a aprendizagem, principalmente com as crianças”, explica a coordenadora do Numeps, Maria Antonia Ramos Costa. Desenvolvido por 30 alunos e docentes, as oficinas tiveram início em agosto de 2018, promovendo a capacitação de cerca de 150 profissionais da saúde por mês.
Em Paranaguá, cidade que nos últimos anos também entrou em alarme contra à doença, um projeto de extensão semelhante foi desenvolvido entre 2016 e 2018 pelo curso de Ciências Biológicas do campus local da Unespar. Motivado pela urgência de levar conhecimento à população sobre o ciclo de vida, prevenção e cuidados sobre a dengue, três professores e 16 acadêmicos atuaram em conjunto com secretaria de saúde do município em ações diversas em eventos, escolas, associações de moradores e espaços públicos.
Conforme explica a coordenadora do projeto, Cassiana Metri, as atividades apostaram no diálogo, na visualização dos estágios de vida do mosquito transmissor Aedes aegypti em microscópios e no teatro como ferramenta lúdica para o enfrentamento da epidemia. Nesta semana, na quinta-feira (19), o campus participará de um ato de campanha contra a dengue na Praça Fernando Amaro, das 10h às 12h com alunos e professores da Unespar e transmissão televisiva.
A dengue
A dengue é uma doença febril grave causada por um vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, que precisa de água parada para se proliferar. O período do ano com maior transmissão são os meses mais chuvosos de cada região, mas é importante manter a higiene e evitar água parada todos os dias, porque os ovos do mosquito podem sobreviver por um ano até encontrar as melhores condições para se desenvolver.
Todas as faixas etárias são igualmente suscetíveis, porém as pessoas mais velhas têm maior risco de desenvolver dengue grave. O risco de gravidade e morte aumenta quando a pessoa tem alguma doença crônica, como diabetes e hipertensão, mesmo tratada.
Normalmente, a primeira manifestação da dengue é a febre alta (39° a 40°C), de início abrupto, que geralmente dura de 2 a 7 dias, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, além de prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e coceira na pele. Perda de peso, náuseas e vômitos também são comuns. Em alguns casos também apresenta manchas vermelhas na pele. Ao apresentar os sintomas, é importante procurar um serviço de saúde para diagnóstico e tratamento adequados, todos oferecidos de forma integral e gratuita por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).
A melhor forma de prevenção da dengue é evitar a proliferação do mosquito Aedes Aegypti, eliminando água armazenada que podem se tornar possíveis criadouros, como em vasos de plantas, galões de água, pneus, garrafas plásticas, piscinas sem uso e sem manutenção, e até mesmo em recipientes pequenos, como tampas de garrafas.