Projeto da Unioeste visa alfabetizar adultos brasileiros e haitianos 13/11/2019 - 12:55
Dentre os inúmeros projetos de extensão da Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná), um que se destaca é o projeto permanente ‘Residência em alfabetização de jovens adultos: desafios e perspectivas’. A iniciativa é do curso de Pós-Graduação em Letras é em conjunto ao IEM – Instituto Educacional Morumbi, nas turmas de Educação de Jovens e Adultos (EJA).
O programa teve início em abril de 2019, e desde então, é notório significativas diferenças na vida dos alunos, que se sintetizam em jovens e adultos brasileiros e haitianos que precisam ser alfabetizados. A ação universitária é um espaço de aperfeiçoamento do estágio curricular supervisionado pela imersão do licenciando, do voluntário e do colaborador, que estejam disponíveis para prestar serviço ao ensino e à alfabetização aos alunos do IEM.
“O projeto surgiu da necessidade da própria comunidade e hoje transpomos os muros da Universidade, levando para essa comunidade algo que eles necessitam, pois é uma demanda muito grande, tanto do EJA quanto dos próprios estrangeiros que vivem em Cascavel”, conta o orientador do projeto, professor Acir Dias da Silva.
A coordenadora do IEM, Rosalina de Godoy Dias da Silva, conta que na função de auxiliar a comunidade, diferentes projetos foram sendo criados. “Esse projeto surgiu a partir de outro projeto nosso, que é a entrega de cesta básica para a comunidade. Para receber, as pessoas têm que realizar um cadastro socioeconômico, e percebemos que quando chegava o momento de assinarem para receber a cesta, existia uma espécie de vergonha, por não saberem ler nem escrever. Esse projeto nos dá muita satisfação, temos muitas senhorinhas aqui que não sabiam ler nem escrever, estão aprendendo. Também prestamos serviços para os haitianos, eles precisam aprender o português então também temos o projeto de letramento, e ter a Unioeste como parceira da uma ênfase muito importante pro nosso projeto”, relata Rosalina.
O grupo realiza as orientações pedagógicas às terças e quintas-feiras, das 14 às 17 horas. A assessora pedagógica, professora Ana Maria Vasconcelos relata as atividades em torno da aplicabilidade nas salas de aula. “Nos encontramos às segundas-feiras para orientação, o que fazer, como fazer, quais os materiais necessários, auxílio de francês às estagiárias, considerando que é o idioma nativo dos haitianos, buscando sempre auxiliar esse grupo tão singular”.
Naphetalie Francique é haitiana, tem 29 anos e mora no Brasil há aproximadamente sete meses e conta que os proveitos desse curso são muitos. “Isso está me ajudando a conversar com os amigos da igreja, procurar emprego, está sendo muito bom aprender”. E isso é visto até mesmo em alunas brasileiras, como por exemplo a Marilia Quinelli Camilo, que diz que o bem-estar pessoal é ótimo. “Já abriu minha mente, hoje me sinto ótima. As professoras são excelentes, nos ajudam demais”.
E o auxílio não é somente aos alunos, as residentes pedagógicas, que são professoras do curso, também denotam seu contentamento nesse projeto. “É a minha primeira vez em sala de aula, e é com os haitianos, que tem outra cultura, língua, tudo diferente. Essa experiência na docência, o envolvimento, o vínculo, tudo é uma troca de aprendizados muito grande”, declara a acadêmica de Letras da Unioeste, Maria Elisa Grams.
O professor Acir conta que com esse projeto, surgiram até pedidos do CRAS de Cascavel para estendermos o projeto por 12 unidades do município. “Infelizmente não temos pernas para estender o projeto com essa envergadura, mas sobretudo, é um projeto que nos enche de alegria, além de ser uma grande escola para os acadêmicos da Unioeste e voluntários que participam”.
O aprofundamento contempla ações de regência em sala de aula, intervenção pedagógica e desenvolvimento de metodologias e materiais didáticos pedagógicos apropriados. O projeto é coordenado pelo professor Dr. Acir Dias da Silva com colaboração logística e administrativa de Rosalina de Godoy Dias da Silva, colaboração e assessoria pedagógica de Ana Maria Martins Alves Vasconcelos e participação na residência pedagógica de Emiliana Gomes Giordani, Juliana Maria Teixeira, Maria Elisa Grams, Stefani Alves do Carmo, Kellen Anan da Teixeira e Erica T. da Rosa Monteiro.