Pró-reitorias de extensão e de pesquisa da UEPG avaliam trabalho durante seis meses de pandemia 23/09/2020 - 14:15

Há uma semana, em 16 de setembro, a Universidade Estadual de Ponta Grossa completou seis meses sob uma nova rotina administrativa e acadêmica, necessária por conta da pandemia de Covid-19. Desde a suspensão das aulas presenciais em 16 de março, posteriormente retomadas a distância em julho, as Pró-reitorias dedicadas à extensão e à pesquisa, Proex e Propesp, foram fundamentais tanto para adaptações internas quanto para ações externas de enfrentamento ao coronavírus.

Extensão e Cultura

O contexto da Covid-19 impactou de diferentes modos o trabalho da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Culturais (Proex). A Pró-reitora, Cloris Grden, pondera que, “se por um lado muitos programas e projetos tiveram atividades paralisadas em decorrência das medidas de isolamento social, outros surgiram para dar respostas ao cenário vivido”.

Gdren destaca as ações de extensão contra o novo coronavírus propostas pela Superintendência de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (Seti), Fundação Araucária e Itaipu, que juntas investiram mais de R$ 4,6 milhões. A verba subsidiou bolsas para ações de extensão como o monitoramento de saúde em rodovias do Paraná, parcerias com a Regional de Saúde, atendimento via Call Center e ação de divulgação científica.

De acordo com a pró-reitora,  bolsas como as do Programa Institucional de Bolsas de Extensão Universitária (Pibex) e o Programa Institucional de Apoio à Inclusão Social – Pesquisa e Extensão Universitária (Pibis), que têm recursos próprios, tiveram seus editais mantidos, permitindo a continuidade de trabalhos cujas demandas aumentaram em virtude da pandemia. É o caso do Programa de Extensão UEPG Abraça, Núcleo Maria da Penha (Numape), Programa Incubadora de Empreendimentos Solidários (IESol), Programa Patronato UEPG, entre outros.

Com protocolos sanitários, a Proex precisou reconfigurar seus eventos anuais. “O 18º Encontro Conversando Sobre Extensão (Conexionam) e o 3º Encontro Anual de Extensão (Eaex) contarão com programação remota, mas não menos envolvente e produtiva”, destaca a pró-reitora. O 48º Festival Nacional de Teatro (Fenata), por sua vez, trabalhará com a dramaturgia brasileira por meio de um concurso que selecionará textos teatrais para composição de um livro. O Museu Campos Gerais (MCG), fechado para visitações, criou uma alternativa para os visitantes, um tour em 360º permite que as exposições do museu sejam apreciadas virtualmente.

A Editora UEPG foi pouco impactada pela pandemia. A livraria virtual e o atendimento a livreiros distribuidores continuam funcionando normalmente. Todo o processo editorial de recebimento, avaliação e edição de novos livros e o apoio aos periódicos institucionais por meio do trabalho de diagramação e suporte à Plataforma Open Journal Systems (OJS), junto com o Núcleo de Tecnologia da Informação (NTI), estão mantidos.

Outra atividade especial, o registro da fauna e flora do campus Uvaranas, foi mantida. Sob coordenação de Beatriz Gomes Nadal, diretora da Editora UEPG, professores de Biologia e Geografia têm catalogado as principais espécies árboreas, aves e animais e o professor Luiz Antônio Esmerino e a jornalista da Coordenadoria de Comunicação da UEPG, Aline Jasper, têm fotografado os espécimes. “As imagens integrarão um livro que será finalizado no ano que vem, porém é preciso registrar agora, período em que cada árvore terá seu tempo de florada”, explica Jasper. 

A pró-reitora de extensão, Clóris Regina Grden, destaca a atuação dos professores extensionistas durante a pandemia. “Uma parceria importante se estabeleceu entre os professores extensionistas atuantes nos projetos ligados à Covid-19, a Proex e a Editora. Isso resultou no lançamento, via Proex, de 13 e-books que, por meio de linguagem acessível e ilustrações lúdicas, tem fornecido à população informações científicas importantes sobre a doença”, ressalta.  O último livro lançado pela Pró-reitoria “Covid-19 – Orientações para os professores” pode ser encontrado no site da Proex.

Outra atividade importante realizada durante a pandemia foi o projeto de retomada da economia local, um trabalho por docentes da UEPG junto ao Conselho de Desenvolvimento Econômico de Ponta Grossa (CDEPG), Sebrae e Prefeitura Municipal de Ponta Grossa. Uma das coordenadoras do projeto, a professora de Economia, Augusta Raiher, explica o plano de diagnóstico econômico. “Inicialmente, tínhamos cinco áreas indicadas tanto pelo Conselho quanto pelas entidades junto à prefeitura e à Universidade. Após este processo, foram selecionados professores para elaborar um questionário e fazer um diagnóstico de avaliação”. Mais de 500 empresários responderam os questionários acerca das políticas públicas que poderiam ser adotadas em Ponta Grossa, a fim de melhorar a saúde financeira do município no contexto de pandemia. “Este trabalho é muito importante porque ele poderá guiar as próximas políticas públicas que serão implementadas aqui, todas elas com o foco de uma retomada ágil e sustentável. Os estudos estão sendo focados em atividades produtivas e encadeamento, exportações, qualificação de mão de obra, inovação, investimento em infraestrutura e relações produtivas de trabalho”, ressalta a pesquisadora.

Pós e pesquisa

A Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propesp), no que diz respeito às bancas de trabalhos da pós-graduação, permaneceu atuante durante a pandemia. Mais de duzentas defesas foram realizadas de maneira remota. O pesquisador em Ciências Sociais Aplicadas, João Carlos Oliveira, defendeu sua tese de doutorado no mês passado e descreve como foi a preparação para a banca. “O NTI foi responsável por abrir a sala, dar apoio técnico e gravar a defesa. Coube a mim e ao orientador fazer o convite para as outras pessoas. No caso dos alunos do doutorado e do mestrado, como também os professores, foram chamados via grupo de Whatsapp do programa de pós-graduação”. O jornalista, agora Doutor, destaca o papel da tecnologia para as defesas de trabalhos de conclusão de curso. “Acho que cada vez mais, independente deste momento difícil que atravessamos, precisamos desta tecnologia porque facilita a participação dos professores de fora”, completa.

A maioria das pesquisas presenciais foi paralisada como normativa de segurança para proteger pós-graduandos, orientadores e técnicos. Foram garantidas apenas aquelas com necessidade de manutenção, como pesquisas experimentais com plantas, células, tecidos, alimentos, estruturas de construção civil, avaliação temporal de materiais e reações químicas, entre outras.

A Propesp manteve o funcionamento de diversos projetos contemplados por agências de fomento. A Pró-reitoria comprou aparelhos e reagentes para pesquisas e ações de prevenção, além de implementação de novas bolsas. “Vale ressaltar que, neste ano, mesmo com todas mudanças e dificuldades relacionadas à administração federal, a UEPG reúne cerca de 300 bolsas de mestrado e doutorado”, informa o Pró-reitor. Giovani Fávero complementa que os projetos do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Fundação Araucária tiveram resultados positivos nos órgãos de avaliação. “Isso permitiu que a instituição pudesse ter mais bolsas de Iniciação Científica e Iniciação Tecnológica em relação ao ano passado”,  acrescenta Fávero.

Além das atividades locais, a Propesp realizou parcerias com outras instituições do estado para realizar trabalhos de monitoramento, prevenção e conscientização sobre a pandemia de Covid-19. O pró-reitor Giovani Fávero coordena ações em Curitiba e Região Metropolitana junto ao Departamento Penitenciário do Paraná (Depen/PR), Centrais de Abastecimento do Paraná (Ceasa/PR) e Hospital Psiquiátrico Adauto Botelho. “Associado à ação de extensão, inúmeros dados estão sendo coletados, gerando trabalhos científicos, principalmente nas áreas de Saúde Pública e Educação em Saúde. Informações levantadas já renderam e-books e artigos científicos. Essas parcerias têm como característica o tripé de ensino, pesquisa, extensão, e vão deixar um legado regional em todas as instituições envolvidas”, enfatiza Giovani.

O Complexo de Laboratórios Multiusuários (C-Labmu) está em funcionamento num novo prédio e os equipamentos estão gradativamente sendo instalados. A Pró-reitoria destinou a maior parte de recursos externos para a manutenção de equipamentos multiusuários. “É importante destacar também a rápida progressão da obra do CT-Agro”, ressalta Fávero.

O pró-reitor salienta o esforço para atender a comunidade acadêmica. “Uma comissão foi organizada para avaliar pedidos individuais de docentes e pós-graduandos para a realização de pesquisas presenciais em diferentes laboratórios. Os pedidos são avaliados pelo Colegiado do Programa de Pós-graduação, em seguida, pela Comissão da Propesp que, após uma criteriosa análise, orienta quanto à possibilidade ou não do desenvolvimento da pesquisa”.

Histórico

Após a suspensão das aulas em 16 de março, a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) passou a operar de forma remota em todas as suas atividades. Tendo em vista a nova realidade de trabalho, a UEPG se adaptou de acordo com as regras de distanciamento social. Com o decreto 4230/2020, os servidores do Estado do Paraná passaram a atuar no modelo de teletrabalho. Conforme as normas de distanciamento foram se modificando, a UEPG passou a adotar o expediente presencial em escalas, para a manutenção de serviços essenciais. Pessoas consideradas como pertencentes ao grupo de risco atuam apenas em home office.

Com restrições sanitárias, as pró-reitorias continuaram em funcionamento e começaram a realizar novas ações de acordo com as normas da pandemia. Mesmo nesse contexto, as pró-reitorias de extensão e pesquisa seguiram desenvolvendo inúmeros projetos que auxiliaram os estudantes e professores neste período difícil e ajudaram a promover o conhecimento produzido na instituição.

Em breve, com o decreto do governador que autoriza o funcionamento das repartições públicas, será apresentado um plano de abertura gradativa dos campi apenas para atividades administrativas e ações didáticas específicas. As aulas presenciais continuam suspensas até 31 de dezembro de 2020. Até lá, as atividades ocorrem remotamente, com todo o suporte da Universidade.