O professor e pesquisador Mário Luís Orsi, da Universidade Estadual de Londrina (UEL), integra o Grupo de Avaliação Técnica (GAT), do Programa Nacional de Conservação das Espécies Ameaçadas de Extinção, o Pró-Espécies, do Ministério do Meio Ambiente. O GAT prevê uma série de ações, como a elaboração de protocolos de avaliação de risco sobre espécies, detecção de impactos e formação técnica de gestores e agentes públicos e privados.

Atuando no Laboratório de Ecologia de Peixes e Invasões Biológicas do Centro de Ciências Biológicas da UEL, o professor Mário lembra que os estudos com peixes invasores na Bacia do Rio Paranapanema, que tem a foz no Rio Paraná, motivaram o convite para compor o GAT. Ele explica que invasões biológicas são consideradas um dos piores problemas para a biodiversidade e a sociedade.

“O vírus é considerado um grupo– invasor exótico. Esse é um problema relacionado diretamente à sociedade, mas indiretamente relacionado à degradação ambiental e perda de biodiversidade”, destaca Mário, fazendo referência à Covid-19, síndrome respiratória aguda grave causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2).

No norte central paranaense, entre as espécies invasoras que geram impactos negativos, o pesquisador cita outros exemplos, tais como a corvina, a tilápia e o tucunaré. “De forma geral, essas espécies causam a perda de serviços ambientais, moléstias, perdas econômicas e sociais, além de provocar extinções locais de espécies”, complementa o pesquisador.

PIONEIRISMO - O Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas da UEL foi o primeiro do país a ofertar uma disciplina específica sobre invasões biológicas. “Felizmente, agora, diversas outras instituições também oferecem essa matéria na grade curricular, o que nos deixa muito satisfeitos em ter colaborado com isso”, afirma o professor Mário. “Nossa participação no plano nacional é um reconhecimento a esse apoio que tivemos, além dos trabalhos desenvolvidos pelos alunos e egressos, tornando nossa universidade referência nesse assunto”, conclui.