Oficina Volante capacita costureiras de Pinhais 26/08/2009 - 10:26

Reunidas sob uma grande tenda montada no bairro Jardim Weizópolis, no município de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, 33 mulheres receberam o certificado de um curso de costura, realizado durante dois dias e de uma forma inusitada: dentro de um microônibus equipado com máquinas de costura e sistemas de áudio e vídeo. Elas fazem parte do projeto “Oficina Volante de Inclusão Sócio-Tecnológica do Setor Vestuário”, que chegou no último dia 17 em Pinhais para levar novos conhecimentos e tecnologias a um total de 50 costureiras até o final de agosto.
“Até 2003, antes do governador Roberto Requião assumir, ninguém conhecia a nossa Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. No final do ano passado, após as eleições municipais, colocamos nosso trabalho à disposição dos novos prefeitos. Começamos a discutir com o prefeito Luizão Goulart o que poderíamos trazer para Pinhais e ele se interessou por esse projeto, uma idéia do Aldair Rizzi, presidente do Tecpar”, disse a secretária de Estado Lygia Pupatto, da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Segundo ela, o projeto tem o importante diferencial de permitir uma alternativa de renda às pessoas que trabalham com costura, mais de 99% delas mulheres. Lygia lembrou também a importância de as mulheres levarem adiante o sonho, criarem uma cooperativa de costura e a marca própria de Pinhais.
O prefeito Luizão Goulart agradeceu a ação da Oficina Volante no município, assim como do projeto Prumo, um laboratório volante de inovação que atuou em 30 empresas de Pinhais. “O objetivo de nossa administração é aproximar a Prefeitura de Pinhais das pessoas e também buscar o que o Governo do Estado tem de bom”, disse o prefeito, agradecendo a presença de todos.
“É um projeto simples que tem feito um sucesso enorme; originalmente, foi um projeto para o Sudoeste, mas a procura foi tão grande que a iniciativa está sendo levada a municípios de todas as regiões do Paraná”, disse o presidente do Tecpar. Segundo Aldair Rizzi, o projeto “significa uma perspectiva de futuro”, com a formação de uma cooperativa de costureiras para levar renda e emprego.”A tecnologia tem que ser colocada do lado das pessoas que mais precisam e é isso que estamos fazendo”, disse.
Há dois anos, o projeto de iniciativa do Instituto Tecnológico do Paraná (Tecpar), vinculado à Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), leva qualificação profissional e atua como um agente de melhorias sociais em municípios paranaenses de forma itinerante. Os objetivos do programa são o de fortalecer o elo da cadeia produtiva, promovendo a interiorização e disseminando os serviços de extensão tecnológica. Os profissionais de costura desenvolvem habilidades de produção, as boas práticas de fabricação, o aumento na segurança do trabalho. A melhora na produtividade e competitividade, a valorização e qualificação da mão-de-obra e o aumento da produção familiar também faze, parte do projeto.
Para atender à crescente demanda pelos cursos, a secretária Lygia Pupatto anunciou que está sendo licitada a compra de mais dois ônibus. Também participaram do evento a vice-prefeita de Pinhais, Marli Paulino; a secretária municipal de Assistência Social, Márcia Ferreira; o secretário municipal deo Desenvolvimento Econômico, José Zeitel; o vereador José Francisco, que representou o Legislativo municipal; a vereadora Ana Miranda, presidente da Câmara Municipal de Fazenda Rio Grande; Alzimara Bacellar, da Confederação das Mulheres do Brasil (CMB); demais autoridades e funcionários do Tecpar.
ACESSO AO CONHECIMENTO
“Com o curso da Oficina Volante a gente pode se especializar naquilo que tem de novo no mercado, dando qualidade cada dia mais na área de vestuário, porque as vezes a pessoa tem uma máquina mas não sabe que tem tantos acessórios que podem facilitar e dar qualidade a uma costura. Tendo esse conhecimento no próprio município, a pessoa vai poder até entrar no mercado de trabalho”, afirma Elena Alves de Almeida, uma das mulheres que aperfeiçoaram a técnica e tiveram contato com as inovações no setor da confecção.
Segundo Elena, quando o empresário precisa do funcionário, não tem tempo para treinar: “A gente percebe que as empresas sentem falta de mão-de-obra treinada, especializada. No caso da costura, essa oficina é uma maneira até de descobrir a vocação. A modelagem que eles têm é excelente. Tendo treinamento e as máquinas corretas a gente aprende a fazer com qualidade”, concluiu Elena.
A Oficina Volante fornece, além de cursos de corte, costura e modelagem para os trabalhadores do ramo, orientações sobre ergonomia, boas práticas dentro do trabalho e até mesmo segurança no trabalho.