Núcleo Maria da Penha da UEM passa a ocupar espaço mais amplo e adequado 27/09/2019 - 17:13
O Núcleo Maria da Penha (Numape) da Universidade Estadual de Maringá (UEM) passou a ocupar, hoje (27), um novo espaço, com a inauguração de uma área destinada ao setor, no bloco A-01, câmpus universitário.
Criado em 2014, o Numape é um projeto de extensão ligado ao Departamento de Direito Público que até então funcionava no bloco 5, num ambiente três vezes menor. O Núcleo atende gratuitamente mulheres em situação de violência doméstica, familiar e de gênero.
A equipe reúne advogadas, psicólogas, assistentes sociais e estagiárias em constante qualificação para proporcionar um ambiente de escuta qualificada, orientação e encaminhamento jurídico e psicossocial para as mulheres de Maringá e região.
Mas, o Numape atua também de forma incansável em outros espaços de debate. Os atendimentos são feitos de segunda à sexta-feira, no período das 13h30 às 17h30.
Com o espaço inaugurado hoje, será possível atender mais mulheres, ampliar as áreas de atuação e abrigar maior quantidade de alunos estagiários, com bolsas de estudo.
Coordenadora do órgão, a professora Crishna Mirela de Andrade Correa Rosa disse que o novo espaço congrega duas salas ideais para oferecer atendimento simultâneo tanto no aspecto psicossocial quanto no jurídico. Segundo ela, isso vai impulsionar a capacidade de trabalho no Numape.
Nas novas instalações, o Núcleo, conforme a coordenadora, terá condições de ter mais bolsistas atuando no mesmo horário, o que potencializará o atendimento. Ainda de acordo com Crishna, já se cogita implementar, além das áreas de Psicologia, Direito e Serviço Social, áreas como a Pedagogia e Comunicação.
O Núcleo reúne cinco professoras orientadoras de área; a coordenadora; e oito estudantes bolsistas, num total de 14 pessoas responsáveis pelo atendimento médio de 20 mulheres a cada semana.
Ao discursar na cerimônia de inauguração do espaço, Crishna lembrou que o Numape começou pequeno, a partir da tese de doutorado defendida pela professora Isadora Vier Machado, hoje licenciada por questões pessoais.
Um ano depois, o Núcleo havia dobrado a capacidade de atendimento, conforme a coordenadora, que agradeceu à presença da professora Sandra Ferreira, da Superintendência Geral da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, encarregada dos projetos do Universidade Sem Fronteiras (USF) junto à Seti.
É muito simbólico, destacou, que o Núcleo atenda mulheres de baixa renda, pouco escolarizadas. Ela fez agradecimentos também à Reitoria e ao Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CSA), que esteve representado pelo diretor e a diretora-adjunta, Romildo de Oliveira Moraes e Gisele Mendes de Carvalho.
A coordenadora, segundo a qual o Núcleo ainda produz ciência e tecnologia, entende que a nova sede abre muitas perspectivas e condições ideais de adequação ao trabalho desenvolvido no setor.
Romildo afirmou estar convicto de que o espaço será muito importante para as atividades feitas pelo Numape e parabenizou a equipe do Núcleo e a Reitoria pela mudança.
A pró-reitora de Extensão e Cultura da UEM, Débora Sant'Anna, lembrou do pedido feita por sua antecessora no cargo, Itana Gimenes, sobre a necessidade de abrigar o Numape em um espaço mais adequado.
10 Núcleos
Débora admitiu que não gostaria que o Núcleo existisse e nem houvesse mulheres em situações de violência doméstica, familiar e de gênero. Na avaliação dela, uma Universidade deve fazer a diferença em todos os sentidos e que o projeto permite a sensibilidade e um olhar para o outro.
Da mesma forma que Crishna, a pró-reitora disse considerar o Numape um espaço de pesquisa onde foram gerados, nos últimos anos, dissertações de mestrado e diversos trabalhos de iniciação científica.
Representando a Seti, a professora Sandra Ferreira, envolvida desde o início na criação de núcleos Maria da Penha no Estado, informou que existem 10 em funcionamento no Paraná. "Sem este espaço, o Numape da UEM não tinha como continuar", ressaltou.
De acordo com Sandra, o espaço passa a ser uma casa de acolhimento e funcionará ainda como um importante instrumento de prevenção contra a violência sofrida pelas mulheres.
O vice-reitor afirmou que a ocupação do bloco pelo Núcleo Maria da penha é motivo de orgulho. Fez agradecimento à pró-reitora Débora Sant'Anna pelo trabalho exaustivo visando a transferência do Numape para o novo local.
Dias Silva também enalteceu a presença do diretor e da diretora-adjunta do CSA, lembrando o fato de que Gisele Mendes de Carvalho é pesquisadora na questão da mulher.
De acordo com ele, o trabalho do Numape demonstra o compromisso social da UEM. O vice-reitor considera o espaço um local de produção de conhecimento, responsável inclusive por um trabalho fundamental em nível de extensão.
Ao lamentar a situação difícil pela qual o Brasil atravessa, frisou que cada passo à frente dado na universidade pública é um avanço uma vez que o governo federal vem criminalizando a educação e o serviço público.