No mês da Consciência Negra UEL fortalece informação sobre cotas raciais e sociais 01/11/2022 - 18:20

Em novembro, mês da Consciência Negra, uma força-tarefa formada por professores e entidades representativas de estudantes da Universidade Estadual de Londrina vai percorrer escolas públicas da região para fortalecer informações sobre cotas raciais e sociais, e as ações afirmativas. O objetivo é atrair estudantes negros e pardos para o Vestibular 2023.

As inscrições para o concurso estão abertas até 8 de novembro, no site da Cops. As provas serão realizadas em março e abril (1ª e 2ª fases, respectivamente).

A reserva de vagas para estudantes de escolas públicas, negros e pardos, está completando 17 anos em 2022, com resultados animadores, a partir da inclusão de jovens moradores da periferia no Ensino Superior Público. No próximo vestibular, a UEL oferecerá 3.100 vagas em 52 cursos de graduação. As cotas instituem 20% desse total para estudantes de escolas públicas, 20% para estudantes negros provenientes do ensino público e 5% para negros, independente do percurso de formação escolar. Outros 5% são reservados para pessoas com deficiência (PcD).

A força-tarefa que divulga as cotas é formada por integrantes da Coordenadoria de Processos Seletivos (Cops), Núcleo de Estudos Afro Brasileiros (Neab), Programa de Apoio à Permanência (Prope), Pró-reitoria de Graduação (Prograd) e Diretório Central do Estudantes (DCE), com apoio dos Grêmios Estudantis formados pelos estudantes do Ensino Médio.

A professora Sandra Garcia, da Coordenadoria de Processos Seletivos da UEL (Cops), ressalta que a proposta é que o trabalho seja permanente, como um diálogo com esse público. Das mais de 150 escolas públicas estaduais existentes na região, cerca de 85 já foram visitadas e a ideia é fazer uma divulgação intensiva nos próximos dias, que antecedem o fim do prazo de inscrição para o Vestibular 2023.

“Queremos fortalecer a informação de que o jovem precisa se profissionalizar, um processo constante. Até para abrir novos caminhos para a família”, diz a coordenadora.

VESTIBULAR – No mês passado, a UEL prorrogou as inscrições do vestibular, a exemplo do que ocorreu nas maiores universidades brasileiras. O motivo foi o menor volume de inscrições, que vêm caindo na mesma proporção em que os jovens buscam oportunidades no mercado de trabalho.

A diretora do Núcleo de Estudos Afro Brasileiros (Neab), professora Marleide Ferreira, pondera que a pandemia afetou de forma ímpar as famílias em situação de vulnerabilidade, com impactos junto às camadas mais vulneráveis. Ela afirma que o estudante negro de família com baixo poder aquisitivo precisa conciliar a frequência escolar com o trabalho, o que representa um diferencial a ser considerado quando se trata de acesso ao ensino superior.

A diretora sustenta que, apesar dos 17 anos de implantação das cotas sociais e raciais na UEL e 10 anos nas universidades federais, ainda existe muita resistência sobre o direito desses estudantes. “Inegável que a política de cotas tem mudado o destino de famílias, porque se trata de conquista não pessoal, mas de uma geração”, define.

Para a diretora, é fundamental fortalecer a informação sobre reserva de vagas, inclusive mobilizando outros estudantes. O foco é dar amplitude para as inscrições abertas para o Vestibular 2023 e as ações afirmativas existentes na universidade.

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