Ministro Paulo Bernardo e secretária Lygia Pupatto assinam termo de cooperação para acessibilidade na UEPG 09/09/2009 - 16:20

Com a presença do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo da Silva; e da secretária da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Lygia Pupatto; a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) registrou, nesta sexta-feira, dia 4, no saguão da Reitoria no Campus de Uvaranas, a solenidade que marcou a liberação dos recursos da emenda parlamentar da bancada dos deputados federais do Paraná que permitiu recursos no valor de R$ 1.447.326,44 para a instituição. Trata-se de uma verba liberada através de convênio assinado entre a UEPG e o Ministério da Educação/Secretaria de Educação Superior. A emenda parlamentar inclui ainda a contrapartida da UEPG e da Seti, no valor de R$ 290.183,88.
Os recursos liberados pelo MEC vão ser aplicados na adaptação e reforma dos locais para a instalação e aquisição de equipamentos, material permanente, van e ônibus adaptados para portadores de necessidades especiais. Na oportunidade, o reitor João Carlos Gomes destacou a participação efetiva do ministro Paulo Bernardo e da secretária Lygia Pupatto na aprovação da emenda parlamentar que propicia o investimento em projetos de acessibilidade na UEPG.
O reitor lembrou ainda da crescente evolução da Universidade. “Atualmente, a UEPG possui quase 30 obras em andamento, que foram possíveis graças a recursos dos governos estadual e federal. Esse processo vem acontecendo desde a última gestão, do reitor Paulo Godoy”, afirmou. Com relação à acessibilidade, o reitor João Carlos destacou uma iniciativa já realizada na UEPG, que foi o investimento de 600 mil reais na adaptação dos banheiros para serem utilizados por pessoas com necessidades especiais.
A secretária Lygia Pupatto reiterou a importância das universidades estarem preparadas para receber alunos com necessidades pedagógicas especiais. “O ato que nós assinamos hoje, com a participação decisiva do ministro Paulo Bernardo, pode ser um divisor de águas para pessoas que possam ou não estudar”, disse a secretária. Ela afirmou ainda que a SETI está complementando a verba por acreditar que a universidade deve estar aberta e acessível a todas as pessoas da sociedade. Na ocasião, a secretária destacou a posição das universidades estaduais do Paraná no resultado da última avaliação do Ministério da Educação (MEC). “Mais uma vez, todas as nossas universidades estão entre as melhores do Brasil”, afirmou.
Relembrando que entre as bandeiras do governo federal estão o desenvolvimento, a inclusão social e a educação de qualidade, o ministro Paulo Bernardo disse que o projeto de acessibilidade na universidade é importante para acabar com o problema de estrutura que sofrem milhares de prédios públicos no Brasil. Segundo o ministro, “a sociedade poderá perceber a influência destes investimentos no futuro, quando os alunos capacitados de hoje chegarem ao mercado de trabalho”.
Aplicação da Verba
A liberação dos recursos da emenda parlamentar vai permitir a compra de veículos e equipamentos para atender às necessidades do Núcleo de Acessibilidade que já funciona junto à Coordenação de Auxílio e Orientação ao Estudante (CAOE). Serão adquiridos dois ônibus adaptados para portadores de necessidades especiais. Os modelos são equipados com chassis que permitem o uso de piso baixo, atendendo às normativas de acessibilidade (elevador). São modelos que facilitam o transporte de pessoas com mobilidade reduzida, dificuldades visuais, auditivas, gestantes, idosos, além de pessoas muito altas e obesas. Também será comprada uma van adaptada.
Os recursos serão destinados, ainda, para a compra de plataformas elevatórias verticais (tipo enclausuradas). As plataformas serão instaladas no hall de entrada do Bloco “C”, permitindo acesso aos Blocos “B” e “D” do Campus Central. Também serão adquiridos elevadores para portadores de deficiências, que serão instalados no Bloco “A” do Campus Central, e nos Blocos “M” e “L” do Campus de Uvaranas. A verba vai ser aplicada, também, na compra de equipamentos como impressora braille, notebook, computadores multimídia, máquinas de datilografia – braille, régua braille, telefone especial para surdos (TDD), plug mouse – braille e gravadores.
Acesso Livre
Considerando a urgência da atenção aos estudantes com necessidades especiais, a Coordenação de Auxílio e Orientação ao Estudante (CAOE) elaborou, em 1993, o projeto ‘Acesso Livre’. O projeto começou com a formação da Comissão Permanente de Apoio aos Acadêmicos com Necessidades Educativas Especiais (CAD). Essa comissão atende às necessidades de casos de deficiências físicas, sensorial, distúrbios pedagógicos e doenças crônicas. Vinculado ao CAOE, o CAD envolve a participação de representantes do Departamento de Serviço Social, Métodos e Técnicas de Ensino, Pró-Reitoria de Graduação (Prograd), da Prefeitura do Campus (Precam), e uma representante discente portador de deficiência.
O projeto ‘Acesso Livre’ envolve a participação de departamentos e colegiados de cursos da UEPG; da Divisão de Ensino/Prograd, Comissão Permanente de Seleção (CPS), e de Associações de Deficientes Físicos. Com o atendimento proporcionado pelo projeto “Acesso Livre”’, a UEPG pretende que o acadêmico portador de necessidade especial seja capaz de desenvolver conhecimentos e habilidades permitidos por suas condições físicas; ter um relacionamento com as pessoas, auxiliado por orientação psicológica; e somar conhecimentos e procedimentos necessários à profissão de sua escolha, por estudo sério e continuado, assistido por orientador educacional.
Acessibilidade na Universidade
Destacando a acessibilidade como o primeiro passo para a inclusão, a UEPG criou, em 2005, o projeto ‘Acessibilidade na Universidade’ que se divide em dois núcleos: Superação das Barreiras Físicas sob supervisão do professor José Adelino Krüger; e Cultura da Inclusão, coordenado pela professora Rosana Ribas Machado. O Núcleo coordenado pelo professor Krüger é composto por profissionais da universidade ligados ao planejamento do espaço físico e com a participação de estudantes do curso de Engenharia Civil da UEPG. Esse grupo desenvolveu o trabalho de planificação do Campus Central de Acordo com as normas da ABNT para a acessibilidade de prédios públicos.
O Núcleo de Cultura da Inclusão é composto por alunos com necessidades especiais ou não, dos diferentes cursos da instituição, representantes da CAD, integrantes de instituições de apoio, acadêmicos, professores e agentes universitários. O objetivo do grupo é criar uma cultura da inclusão para o atendimento às necessidades de acesso e permanência de pessoas com deficiência na instituição e na comunidade em geral. Entre as ações do grupo estão Oficinas de Sensibilização, Exposição de Sensibilização; Exposição de Charges, Exposição de Materiais produzidos pelo MEC – vídeos, cds, regletes, bengalas, e dicionário de linguagem de sinais. O grupo realiza, ainda, ciclo de palestras e grupos de estudos.
As oficinas de Sensibilização proporcionam aos participantes atividades sensoriais relativas ao olfato, visão, fala e movimento. A partir daí são fornecidas informações sobre acessibilidade, inclusão e orientações de como se lidar com pessoas com necessidades especiais. Na Exposição de Sensibilização, o grupo apresenta fôlderes com reportagens produzidas pela Revista Focvm Magazine. O ciclo de palestras traz temas voltados à questão de como proceder com a inclusão nos diversos ambientes profissionais. No grupo de estudos, o objetivo é a realização de discussões que fundamentam a conceito de cultura da inclusão e a filosofia da diferença.