No mês em que o Dia Internacional da Mulher é comemorado, a Fundação Araucária obteve um dado que chama a atenção com relação ao índice de participação deste público no mercado de trabalho, e principalmente em áreas dominadas pelos homens, como por exemplo, as de tecnologia e consequentemente nas startups. Mais de 25% das empresas contratadas pelo Programa Sinapse, que agora está na fase de pré-incubação dos projetos, são comandadas por mulheres, ou seja, das 75 startups, 19 são gerenciadas pelo público feminino.  

O mercado tem se adaptado aos novos tempos e atualmente é possível encontrar mulheres em setores culturalmente masculinizados como a de Tecnologia e Informação (TI).

Nos últimos cinco anos, a participação feminina na área cresceu 60% - passando de 27,9 mil mulheres para 44,5 mil em 2019, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED). Mas, ainda assim, elas representam apenas 20% dos profissionais de tecnologia do país.

 “Como a minha vida científica e acadêmica sempre foi rodeada de mulheres, eu já consigo sentir esse público dominando as pesquisas. Sei que essa não é a realidade da maioria dos locais, mas na Universidade Estadual de Maringá, local onde minha empresa está incubada, é a segunda Universidade do mundo que possui maior número de mulheres na ciência, por isso não sinto tanto esta discrepância”, disse a proprietária da Salutem Farmacêutica, que também teve seu projeto aprovado no Programa Sinapse, Larissa Valone.

Se a mudança continuar nesse ritmo, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) acredita que em 10 anos a participação das mulheres no mercado de trabalho brasileiro deve crescer mais do que a masculina em muitos segmentos - a ciência e tecnologia são alguns deles.

 “O que percebo é que os cargos de chefia e de pesquisadores que atuam nos setores administrativos são ocupados por homens, por esse motivo, quando temos acesso a um número que pode parecer pequeno em um primeiro momento, como a porcentagem do público feminino no comando das empresas do Sinapse, na verdade nos mostra que a mulher começou a ocupar seu espaço também em cargos de comando. Na minha empresa, por exemplo, somos quatro sócios, três são mulheres e apenas um é homem, isso comprova que estamos virando maioria na pesquisa e também como empreendedoras”, ressaltou Larissa. 

Esse fator vem sendo comprovado também em grande parte devido à formação acadêmica e profissional do público feminino, das 19 mulheres que comandam as empresas contratadas pelo Programa Sinapse, iniciativa financiada pela Fundação Araucária, 12 possuem pós-graduação completa, duas estão cursando a pós-graduação e cinco estão terminando a graduação. 

 "Temos um material humano feminino extremamente competente e capacitado. As universidades, institutos de pesquisa possuem a participação maciça das mulheres em pesquisas de alta relevância. O estado do Paraná tem orgulho de apoiar ações que façam com que as mulheres alavanquem ainda mais suas carreiras, seja na vida acadêmica ou empreendedora", ressaltou o presidente da Fundação Araucária,Ramiro Wahrhaftig.