O segundo dia da Semana de Ciência e Tecnologia promovida pela Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), em parceria com a Universidade Virtual do Paraná (UVPR), abordou a Inteligência Artificial e os impactos no Agronegócio paranaense. Na ocasião, os participantes debateram sobre a importância da aplicação de tecnologia no meio rural, ampliando as ações e a parceria entre as universidades e as empresas do setor produtivo.

Participaram do debate o professor Rogerio Barbosa Macedo, da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP); a professora Cristianne Cordeiro Nascimento, da Universidade Estadual de Londrina (UEL), que também atua como diretora de Inovação na Associação Brasileira da Seda (Abraseda); e o gerente de Produtos e Pós-Vendas do Grupo Husqvarna, Mario Fortunato Mikalauskas.

Um dos projetos inovadores no Estado é o “Paraná Mais Orgânico”, coordenado pelo professor Rogério da UENP. Nesse sentido, a inteligência artificial funciona como uma aliada para trazer mudança e alterar a maneira com que o produtor se relaciona com a rotina do campo seja na produção, organização ou relação com o mercado.

Com o uso da inteligência artificial é possível prever situações e criar novos métodos para lidar com a rotina dos pequenos produtores, como mudanças climáticas e de mercado.

No campo, segundo os pesquisadores, o principal desafio é produzir de forma sustentável. “O programa em que atuo é totalmente sustentável. Nós trabalhamos esse conceito em toda a cadeia de produção, desde a fabricação até a exportação. Se isso é viável dentro de uma parte da agricultura, acredito que é possível expandir para os demais setores”, observou a professora Cristianne da UEL.

Para o gerente do Grupo Husqvarna, Mario Fortunato Mikalauskas, ao longo do tempo os processos e produtos ganham uma nova configuração com o uso da tecnologia. Os métodos mais poluentes vão sendo substituídos. “Essa mudança vai partir dos próprios produtores, não faz sentido utilizar um equipamento a combustão ou a diesel que vai gerar poluição se o agricultor vai ter uma solução tecnológica que polui menos, onde é possível agregar valor no produto durante a comercialização. Isso vai ser a vertente do futuro e nós como empresa estamos atentos a esse avanço”, enfatizou.

Nesse aspecto a inteligência artificial pode auxiliar no desenvolvimento de modelos rurais mais sustentáveis e adaptados a demanda atual.

“O meio rural é um dos mais complexos que existem. Hoje enxergamos o meio rural como um ambiente onde se tem uma multifuncionalidade e pluriatividade. Isso implica entender que a agricultura não é apenas um meio de vida, ela também é um modo de vida. Além de ser um ambiente econômico, o campo também proporciona a manutenção de uma cultura e de uma tradição”, destacou o coordenador do Paraná Mais Orgânico.

A programação da Semana de Ciência e Tecnologia vai até sexta-feira (23) com debates semanais sobre diferentes iniciativas paranaenses no campo da IA, aplicada a setores produtivos, como agronegócio, educação, cidades inteligentes, saúde e cultura.

Nesta terça-feira (20), o tema será “A Educação e os Novos Ambientes de Aprendizagem”. O evento tem inicio às 19h e a programação completa está disponível no site http://www.uvpr.pr.gov.br/inteligenciaartificial/.