Inaugurada Unidade de Transplante de Medula Óssea em HU de Londrina 11/12/2009 - 17:20

O governador Roberto Requião inaugurou nesta sexta-feira (11), em Londrina, o Centro de Terapia Celular do Hospital Universitário da Universidade Estadual de Londrina (UEL) – Unidade de Transplante de Medula Óssea (TMO). A nova unidade passa a integrar a Rede Paranaense de Terapia Celular. “Curitiba, até então, era a referência nacional de transplante de medula óssea. Agora, o mesmo sistema que temos na capital foi implantado em Londrina. O atendimento médico é descentralizado e dá uma oportunidade incrível de avanço técnico e cientifico esta região”, destacou Requião.
No Estado, apenas o Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR) mantém uma unidade pública de TMO. Com a nova unidade, grande parte da demanda estadual será suprimida. A obra teve um custo de mais de R$ 1 milhão, entre reforma do espaço físico e equipamentos.
Requião lembrou que além do centro de referência de transplante de medula óssea, o governo também investe na construção e ampliação dos hospitais da Zona Sul e da Zona Norte. “Vamos investir também na construção de dois Centros de Saúde da Mulher e da Criança, para que a população tenha mais qualidade de vida”, disse.
A secretária da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Lygia Pupatto, ressaltou que a decisão do governador, de investir em universidades e hospitais, tem trazido grandes resultados. “Não há avanços sem pesquisa, não há saúde publica de qualidade sem médicos capacitados. Para atender a população nós mudamos a realidade de todas as instituições de ensino superior e hospitais. Somente na UEL foram investidos R$ 55 milhões. No HU foram R$ 25 milhões em investimentos. Aquilo que é público deve ser bom, deve ser de qualidade. A descentralização das tecnologias irá beneficiar milhares de pessoas”.
Essa inauguração tem um significado muito especial pra mim. É com muita alegria que inauguro essa nova ala do hospital. Não são apenas os transplantados que ganham, mas também os residentes que ganham experiência.” disse Lygia.
O diretor do HU, Francisco Alves de Souza, destacou que a medida de descentralização do atendimento médico vai garantir atendimento especializado a 2 milhões de habitantes. “Hoje, cerca de dois terços dos pacientes que precisam de um transplante de medula não conseguem atendimento em tempo hábil. Nesta unidade, temos 40 servidores capacitados, prontos para atender esta demanda. Já temos pacientes sendo atendidos, e até o final do mês vamos realizar o primeiro transplante”, disse.
“O HU, seguindo o ritmo deste governo, entrega mais uma obra à população. Temos acompanhado um desenvolvimento jamais visto antes, ao longo dos últimos sete anos. Não são apenas novas estruturas físicas modernas, mas salários mais dignos e capacitação de nossos técnicos. Isso tudo, para que o atendimento seja o diferencial. O Centro de Queimados e o Pronto Socorro, além da ampliação e reforma das nossas UTIs, dobraram a nossa capacidade de atendimento”, afirmou Souza.
De acordo com a responsável pela TMO do HU, Letícia Martins, a unidade fará, em um primeiro momento, apenas transplantes autólogos, ou seja, de células do próprio paciente. “O transplante singênico, que é feito entre gêmeos idênticos, e alogênico, que é de um doador para o paciente, representam etapas seguintes e vão depender de resultados obtidos durante essa primeira etapa”, explicou Letícia.
Em 2008 houve um crescimento de 10% no número de transplantes realizados no Brasil. Os transplantes de medula óssea, especificamente, cresceram apenas 1%. “De acordo com o Ministério da Saúde essa defasagem se deve ao número reduzido de leitos para transplante de medula óssea. O País dispõe hoje de 52 centros de TMO. Em termos de demanda, a necessidade no país, segundo Ministério, é de 7 mil a 8 mil transplantes por ano, mas a média realizada não passa de 1.500/ano. Por estados, a fila de espera nas TMOs é de aproximadamente 15 a 30 pacientes/mês”, explicou Letícia Martins.
O prefeito de Londrina, Homero Barbosa Neto, lembrou da importância da doação de medula. “A unidade de TMO torna o nosso HU, mais uma vez, pioneiro na saúde pública. Nós só temos a agradecer ao governo do estado, por toda força que tem nos dado. Quero ressaltar neste momento um ponto fundamental para o sucesso desta unidade, que é a doação. Se todos fizerem sua parte, teremos resultados muito positivos”, afirmou.
Segundo Barbosa Neto, o HU passa por dificuldades financeiras, devido à falta de repasse de verbas do Governo Federal para o Sistema Único de Saúde. Requião convidou os diretores da instituição para apresentarem a problemática ao ministro da Saúde, em Brasília. “O governo do Paraná vai manter o hospital aberto. Este é um problema que a prefeitura tem de resolver com o tribunal de contas. O que nós queremos é que a unidade não pare. Vamos repassar mais R$5 milhões para a unidade”, afirmou Requião.
ESTRUTURA - A unidade de TMO do HU, com uma área de 280 metros quadrados, tem quatro leitos de internação equipados com filtros Hepa (para ultrafiltragem do ar), ambulatório com dois consultórios, Hospital-Dia e um laboratório de criopreservação de células-tronco, que contém uma série de equipamentos, entre eles freezer de congelamento a -86ºC e citômetro de fluxo (para enumerar as células-mãe e fazer imunofenotipagem de doenças onco-hematológicas).
O centro terá atendimento 24 horas. O processo do primeiro transplante no HU terá início já em dezembro. O setor contará com uma equipe capacitada de médicos, enfermeiros, assistentes sociais, nutricionistas, psicólogos, bioquímicos, fisioterapeutas, dentista e pessoal técnico-administrativo. O funcionamento da TMO terá impactos em outras unidades do HU, principalmente nos setores considerados parceiros, como o Hemocentro, laboratórios e farmácia.