Hospital Universitário da UEL: 36 anos de serviços prestados à comunidade 27/07/2007 - 16:00

* Lygia Lumina Pupatto 
No aniversário do Hospital Universitário, quero me dirigir aos docentes e servidores do HU com o respeito que merecem as grandes datas. E o respeito de que falo traz consigo uma grande responsabilidade: a de trazer uma mensagem que seja ao mesmo tempo de reconhecimento e alegria. Ao mesmo tempo, reflexão e incentivo.
É claro que o nosso HU presta e continuará prestando um serviço de excelência a todos os paranaenses. É claro que o faz a despeito de todas as dificuldades inerentes aos serviços públicos. Penso nas pessoas, penso na imensidão da tarefa, e me pergunto o que pode nos dar a segurança de que tudo vai dar certo...
Não tenho a resposta pronta, mas tenho indícios importantes, de que posso falar aqui.
Creio, por exemplo, que o HU nunca esteve tão alinhado com as políticas de Estado. A valorização das extensões universitárias, para levar os benefícios do conhecimento aos que mais precisam está expressa em programas como o “Universidade Sem Fronteiras”, que busca o desenvolvimento humano das comunidades mais carentes. Por outro lado, a prioridade da área de Saúde está muito clara quando se observa que, todos os anos, neste governo, 20% a 30% dos recursos para infra-estrutura de ciência e tecnologia foram carreados para esta área. Além das políticas e dos programas, existe o reconhecimento por parte do poder público de que os salários e as condições de trabalho são os possíveis, mas ainda não são os ideais. E existe a determinação de manter o rumo, para melhorar.
No entanto, não creio que estes fatos, por si, possam garantir a continuidade de um trabalho tão bem feito. Nem explicar uma história tão respeitável. Porque neste caso não se trata apenas de se cumprir um dever profissional. Senão, como explicar a extrema perícia do cirurgião, ao realizar aquela operação inédita em suas dificuldades? E a atenção mais que carinhosa à mãe em desespero pela filha doente? E a precisão milimétrica da enfermeira ao ministrar o medicamento? E o tempero delicioso na cozinha? A manutenção que mantém tudo funcionando, e ninguém vê?
Creio que vivemos tempos difíceis, de crise de valores. O heroísmo e a honra, das antigas civilizações, foram substituídos pelo individualismo e os símbolos de consumo. No entanto, o mundo contemporâneo traz também outros valores, que se impõem progressivamente. De luta pela liberdade, de solidariedade, num sentido de coletividade para construir um humanismo superior.
Sinto que estes valores estão presentes em cada ação realizada pelos membros da comunidade do HU. Construíram, com coragem, a primeira associação de docentes. Não olham no relógio, esperando o fim do expediente. Procuram fazer muito, com pouco e colocam, acima de tudo, o coração nas coisas que fazem. Trabalham com paixão, e isto explica a excelência.
A eles, devemos nosso muito obrigado.
*Lygia Lumina Pupatto
Secretária de Estado da Ciência,
Tecnologia e Ensino Superior