Governo vai implantar curso de Licenciatura Intercultural em Pedagogia para Educadores Indígenas 26/05/2010 - 16:46

Preocupado em garantir o direito à escolarização aos povos indígenas, o secretário de Estado Nildo Lübke, da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, encaminhou ao governador Orlando Pessuti nesta quarta-feira (26) um projeto que vai implantar o curso de Licenciatura Intercultural em Pedagogia para Educadores Indígenas na Universidade Estadual de Maringá (UEM). O curso, de caráter específico, intercultural e bilíngue, será desenvolvido em parceria com a Secretaria de Estado da Educação (SEED) e capacitará professores indígenas para atuarem em escolas indígenas no ensino fundamental e médio.
“É muito importante a criação desse curso de nível superior porque vai permitir a formação de professores indígenas para atuarem nas escolas indígenas do Paraná. Trata-se de uma política pública de inclusão que representa o respeito à diversidade e a afirmação da cultura desses povos, garantindo condições de trabalho aos professores indígenas e a possibilidade de sua inserção na carreira do magistério”, afirma o secretário Lübke.
Para implantar o curso, o Governo do Estado investirá quase R$ 1,6 milhão, sendo R$ 674 mil pela Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti); R$ 577,2 mil pela SEED e R$ 310 mil correspondentes à contrapartida da UEM. As práticas laboratoriais do curso serão desenvolvidas na UEM e a SEED disponibilizará a logística para o funcionamento em módulos nas instalações do Centro de Formação Continuada de Faxinal do Céu, município do Pinhão.
O Brasil possui 210 povos falantes de mais de 180 línguas diferentes. O Paraná tem uma população indígena estimada em 13 mil pessoas, entre elas estão dois dos maiores povos indígenas do Brasil: Kaingang e Guarani. O Estado é pioneiro na oferta de vagas suplementares nas Universidades Publicas. Pela legislação do Estado o acesso de estudantes indígenas às universidades públicas está garantido através da reserva de vagas e realização de vestibular específico. Cada Universidade Estadual disponibiliza seis vagas e a Universidade Federal (UFPR), dez.
Para a coordenadora de Ensino Superior da Seti, Sonia Maria Sperandio Lopes Adum, essa iniciativa é extremamente importante e histórica no Brasil. “Esse desafio, sem dúvida alguma, vai ao encontro do que a Secretaria tem promovido no ensino superior do Estado. Além da ampliação da qualidade do ensino, a universalização e a democratização ao acesso à universidade são pontos cruciais para uma educação completa”, afirmou.