Evento discute 15 anos de cotas na UEL e marca Dia da Consciência Negra 20/11/2019 - 16:51

Estudantes, servidores e professores da UEL se reuniram na manhã desta quarta-feira (20), Dia da Consciência Negra, no evento "15 anos de Cotas: Desafios para uma Educação mais democrática". A mesa de abertura reuniu autoridades, representantes e atores da construção de políticas de cotas raciais na Universidade. Durante o dia, serão realizadas palestras, mesas redondas, rodas de conversa e apresentações culturais no Anfiteatro Maior do Centro de Letras e Ciências Humanas (CCH).

Durante a abertura, o reitor Sérgio Carvalho afirmou que o dia é de emoção por simbolizar as discussões de 15 anos atrás e o vanguardismo da Universidade. O resultado, ele considera ver na platéia do evento: "a sociedade verdadeiramente como ela é, formada pelas mais diferentes cores". Sérgio afirmou que a existência das universidades e do conhecimento científico está sendo questionado, o que pode implicar também no questionamento das políticas de cotas. "Por quanto tempo as cotas devem existir? Enquanto houver um aluno negro de escola pública e alguém ainda disser que a universidade não é para ele".

Estava presente também na abertura a coordenadora do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB), Maria Nilza da Silva, que participou desde o início da implantação da política de cotas na Universidade. A professora citou o crescente número de jovens negros no Ensino Superior do Brasil e disse que vê com certa preocupação o entusiasmo com que isso foi divulgado, por esta ainda ser "a população que mais morre, com maior taxa de analfabetismo, com menor acesso a saúde". "Isso não significa que temos que descansar. Precisamos estar vigilantes", afirma.

Para a coordenadora da Educação das Relações da Diversidade Étnico-Racial e Educação Escolar Quilombola, da Secretaria de Estado da Educação (SEED), Edna Coqueiro, que estava presente no evento, ainda há muito para fazer. "São 15 anos, mas estamos falando de um processo, que é resultado de anos de lutas e não vai terminar agora".

A cerimônia contou também com a presença do chefe de gabinete da Prefeitura Municipal de Londrina, José Antônio Tadeu Felismino, que representou o prefeito Marcelo Belinati; da presidente do Conselho Municipal da Igualdade Racial, Maria Eugênia de Almeida Pinto; da coordenadora geral do evento, Marleide Perrude; da ex-reitora da UEL, Lygia Pupatto; além de pró-reitores, diretores de centros, professores e servidores da Universidade.

Em sequência, foi ministrada a palestra de abertura pelo professor convidado Jocélio Teles dos Santos, da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Ele abordou o papel dos servidores públicos como agentes de estado e envolvidos no processo de democratização de acesso ao Ensino Superior. Destacou também que as cotas vieram para quebrar as relações de poder instauradas na sociedade. "Era a quebra de poder que estava em jogo desde o início", disse.

Programação - O evento tem previsto na programação a mesa redonda "Cotas na UEL: da implantação aos novos desafios", com mediação da professora Maria Nilza da Silva, e participação da ex-reitora Lygia Puppato, do coordenador do Núcleo de Apoio ao Discente e ao Docente (NADD), Adriano Luiz da Costa Farinasso, e professor do Departamento de História, Jairo Queiroz Pacheco.

À noite, a partir das 19h30, será realizada a roda de conversa sobre Ações afirmativas na UEL. Participam da conversa a presidente do Conselho Municipal da Igualdade Racial, Maria Eugênia de Almeida Pinto, o professor Jairo Pacheco, o representante do Coletivo Pró-Cotas, Eduardo Baroni Borghi, além de Thaiza de Oliveira, da Unopar, e os estudantes egressos da UEL, Nikolas Gustavo Pallisser Silva e Mariana Panta.