Estudo desenvolvido na UEL traça perfil da estrutura produtiva de Londrina e região 26/11/2019 - 10:55
Conhecer a estrutura produtiva de Londrina e cidades da região, além do impacto das atividades econômicas na geração de renda, de emprego e de produção. Esse é um dos objetivos do projeto "Estrutura produtiva do Paraná: setores-chave, mercado de trabalho e meio ambiente", coordenado pelo professor Umberto Antonio Sesso Filho, do Departamento de Economia, do Centro de Estudos Sociais Aplicados (CESA), da UEL.
Conforme o professor, o projeto rendeu vários trabalhos acadêmicos, incluindo artigos científicos e capítulos de livro. Ele diz que uma das tarefas é buscar preencher uma lacuna das pesquisas sobre contabilidade social para o ano de 2013. O levantamento de dados considera a demanda setorial por trabalho dividido de acordo com qualificação, geração de emissão de CO2 e água.
Conforme Sesso Filho, no Paraná, os cinco setores-chave da atividade econômica, segundo informações de 2013, são comércio (1º), a construção civil (2º), o refino do petróleo (3º), o transporte (4º) e a agroindústria (5º). O professor Sesso Filho diz que a metodologia para levantar as informações considera a matriz de insumo e produto. "A análise inclui as relações entre o estado e o restante da economia para nortear as políticas de desenvolvimento econômico e social", afirma o professor.
Em Londrina, os cinco principais setores estratégicos, conforme o ano de 2017, são construção civil (1º), saúde mercantil (planos de saúde, seguradoras) (2º), complexo químico (3º), eletro metal mecânico, tecnologia da informação (4º) e comunicação (5º). O que chama a atenção em Londrina, segundo o professor, é o papel da agroindústria, que poderia causar mais impacto no desenvolvimento econômico da região.
Conforme o professor, enquanto a agroindústria em Cambé, Rolândia e Ibiporã, processa 30% da produção agropecuária local, Londrina processa apenas 5% da sua produção na própria cidade. Ele diz que o setor é estratégico para o município, mas precisa ser potencializado.
Sesso Filho apresenta uma comparação de empregos gerados na indústria de alimentos em relação à agropecuária. No Paraná é de dois empregos (indústria de alimentos) para um (agropecuária). Em Londrina é de 1,5 para um, enquanto na região de Londrina, sete para um. "A indústria alimentar e de bebidas é outro setor com alto potencial de crescimento, considerando áreas como matéria-prima, logística para acesso a grandes mercados, acesso a trabalho qualificado, pesquisa e desenvolvimento".
Estimativas - O professor também pesquisa o impacto do investimento na Universidade e seu retorno social. Conforme o professor, um dos estudos mostram que para cada milhão investido é gerado na economia R$ 1,3 milhão, ou seja, o investimento estatal na Universidade é retorno econômico garantido, porque movimenta toda a cadeia produtiva da região. Além disso, para cada milhão investido são gerados 22 empregos.
O professor também apresenta o impacto da iniciativa local de incentivar a aquisição de serviços da construção civil pelo governo municipal (Compra Londrina). Essa proposta envolve diversas instituições do município. Sesso Filho calcula que para cada R$ 20 milhões investidos pelo poder municipal, são gerados 76 empregos na cidade, o impacto econômico chega a R$ 25,4 milhões e a remuneração média de R$ 2.187,20. "Essa proposta fomenta a produção local", destaca o professor.