Estudantes de Design de Moda da UEL são finalistas em concurso nacional 25/09/2020 - 13:24
Os estudantes do curso de Design de Moda, do Centro de Educação, Comunicação e Artes (CECA), Geovana Teixeira e Vanderlei Coelho Junior estão classificados para o desfile final do 8º Prêmio Brasil de Moda Inclusiva. Eles fazem parte de um seleto grupo de 20 projetos selecionais entre estudantes de toda a região sul do país. O prêmio privilegia propostas que beneficiam a autonomia, a acessibilidade e a mobilidade das pessoas com deficiência. O desfile final será no dia 27 de novembro, na capital catarinense, Florianópolis.
Vanderlei Coelho Junior afirma que recebeu a notícia da classificação com surpresa. “Esse tipo de concurso é muito importante acadêmica e profissionalmente”, afirma o estudante que propôs a coleção “Sinto”, voltada ao público com deficiência visual. “Trabalho com algumas texturas como o algodão cru que é mais grosso, a cambraia de algodão que é mais fino, a palha para trazer relevo além de bordados, para estimular o sistema sensorial somático de quem utilizar as peças”.
O aluno ressalta que as peças – camisas, calças e shorts – têm botões em relevo numerados em braile. “Para ajudar a identificar o início e o término do fechamento das peças”, comenta. Ele diz que trabalhou as peças, também, com texturas em maior relevo, mais próximas aos bolsos, para que fique mais fácil de identifica-los. “Além da etiqueta em braile, que fica do lado externo da roupa servindo como informativo, mas também como elemento estético”.
Ele diz acreditar que eventos como o da moda inclusiva são importantes porque estimulam a comunidade da moda para um design universal, que fomenta a inclusão, servem como palco para grandes marcas enxergar esse público. “Destaco a importância não somente desse [evento], mas outros inúmeros concursos e projetos realizados por alunos de instituições públicas. Isso mostra a qualidade do ensino que todos aqueles que nos rodeiam nos proporcionam. Resumidamente só tenho a agradecer meus professores”, afirma Vanderlei.
Trabalho coletivo – A estudante Geovana Teixeira explica que a sua coleção foi elaborada em grupo, tendo a participação de Luciana Alvares, Mariana Szimanski e Mylena Cavalcante. “Mas como as inscrições são feitas por uma só pessoa, meu nome ficou sozinho por lá”, comenta. Ela diz que o grupo ficou surpreso com a classificação, mas que no fundo apostavam nisso. “Quando a gente participa de concursos, de eventos pelos país, fica nítida a qualidade da UEL no ensino de Design – tanto de Moda quanto Gráfico. Os trabalhos de Design de Moda da UEL sempre se destacam em comparação a outras instituições”.
O trabalho apresentado ao 8º Prêmio Brasil de Moda Inclusiva foi desenvolvido em sala de aula, no 2º ano do curso, sob a supervisão da professora Maria Antonia Romão. O projeto foi premiado em 2019,no Colóquio de Moda, como melhor artigo no Grupo de Trabalho de Modelagem. Trata-se de uma coleção de moda infantil baseada nos princípios do design universal, ou seja, peças que podem ser usadas por crianças com e sem deficiência. O grupo direcionou o projeto para crianças com paralisia cerebral.
A estudante explica que o grupo apostou na solução de um problema específico de roupa para criança: a perda rápida da peça em virtude do crescimento infantil. Para isso, a roupa foi projetada com extensão e expansão para abranger diferentes tamanhos, como o 6, 8 e 10 ano. “Para que essa criança tenha realmente um relacionamento mais longo com essas peças. Uma vez que a gente projeta visualmente para que seja algo que agrade as crianças”, afirma.
Geovana Teixeira afirma que “a gente não está no curso apenas aprendendo a desenhar roupa”. Para ela, a criação de uma coleção essa é consequência de todo o processo de design que se aprende no curso. Para esta coleção, ela destaca que o grupo estudou e pesquisou acerca das relações sociais, de aspectos da fisioterapia, observando a reação público alvo da proposta. “Uma das premissas do design é projetar para uma necessidade”, ressalta ela.
Opinião – As demais integrantes do grupo também avaliam a experiência. “Esses eventos são de extrema importância. Espero que eventos assim sejam cada vez mais comuns e levadas para o mercado. É muito difícil encontrar roupas inclusivas que sejam esteticamente agradáveis para quem as vestem”, Mariana Szimanski.
“Acredito que há uma grande lacuna no mercado de design universal. Eventos como esse são capazes de despertar o interesse em futuros profissionais e atentar para esse lado que, muitas vezes, não é considerado como deveria”, Luciana Alvares.
“Acho que o principal ponto a ser destacado, especialmente no momento em que estamos vivendo, é a valorização da pesquisa e do ensino superior, por meio dos quais é possível a construção de projetos como o nosso”, Mylena Cavalcante.
(FOTOS: Divulgação/Prêmio Brasil de Moda Inclusiva).