Estudante da UEL desenvolve aplicativo para aleitamento de prematuros 08/01/2020 - 14:27

A taxa de prematuridade no Brasil é de cerca de 10 a 11% dos nascimentos registrados no país. Existe uma tendência de aumento dessa taxa, inclusive, em nível mundial, até porque a tecnologia ajuda na sobrevida dessa população. O bebê prematuro é vulnerável também porque apresenta desenvolvimento imaturo dos órgãos internos e sistemas como o gastrintestinal. 

Um dos fatores afetados pela prematuridade é a amamentação materna já que o bebê não tem controle da sucção, deglutição e respiração. A professora Edilaine Rossetto, do Departamento de Enfermagem, do Centro de Ciências da Saúde (CCS), da UEL, afirma que o bebê prematuro é muito suscetível a doenças e morte e que o leite materno é fundamental para seu desenvolvimento.

Confira no áudio. 

Nesse sentido, a estudante do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem do CCS, em nível de doutorado, Gabriela Ramos Ferreira Curan, desenvolve para a sua tese um aplicativo (APP) para promover o aleitamento materno de bebês prematuros. Ela é orientada pela professora Edilaine Rossetto. O trabalho é inédito já que existem aplicativos sobre aleitamento materno, mas não direcionado para bebês prematuros.

A doutoranda, que é professora colaboradora do Departamento de Enfermagem do CCS, explica que a taxa de amamentação de bebês prematuros é de 30 a 40%, enquanto que entre os bebês nascidos a termo (no tempo normal) esse número é o dobro, ou seja, 90%. Segundo ela, as mães de bebês prematuros lidam com um desafio além do normal.

Confira o áudio. 

Gabriela Curan explica que a proposta do APP é trabalhar com o encorajamento e a motivação ao aleitamento materno de mães de bebês prematuros, combinando informações de qualidade baseadas em produção científica. Segundo ela, para o desenvolvimento do APP, foi firmada parceria com o professor Jacques Duílio Brancher, do Departamento de Computação do Centro de Ciências Exatas (CCE), e também é negociada parceria com o Departamento de Design, do Centro de Educação, Comunicação e Artes (CECA). 

Para o desenvolvimento do aplicativo, são realizadas entrevistas com mães de bebês prematuros para levantar as necessidades informacionais desse público sobre o aleitamento materno. Segundo Gabriela Curan, a prematuridade é dividida em três tipos: a) extremamente prematuro (abaixo de 28 semanas de gestação), b) moderadamente prematuro (28 a 32 semanas) e prematuro limítrofe (36 e 37 semanas).

Gabriela Curan diz que o aplicativo levará em conta o grau de prematuridade dos bebês para, assim, facilitar o acesso ao conteúdo - educacional e motivacional - pelas mães conforme suas necessidades. O objetivo é disponibilizar o conteúdo de forma multimídia com textos pequenos, vídeos, jogos e enquetes. A finalização do APP está previsto para o final de 2020.