Em parceria com Estado, Ibiporã terá primeira escola bilíngue na rede municipal 20/08/2021 - 10:52
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A cidade de Ibiporã, na região metropolitana de Londrina, será a primeira do Estado do Paraná com uma escola bilíngue – português e inglês – na rede municipal de educação. A iniciativa é resultado de uma parceria firmada entre a Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da Universidade Estadual de Londrina (Fauel) e a Prefeitura Municipal, por meio de um Termo de Fomento.
O documento foi assinado pela diretora presidente da Fauel, Graça Maria Simões Luz, e pelo prefeito José Maria Ferreira, em cerimônia com a presença de diversos professores da Universidade Estadual de Londrina (UEL). O acordo prevê investimento de recursos públicos da ordem de R$ 250 mil, oriundos do orçamento daquele município.
A ação envolve uma consultoria para o município, incluindo elaboração de projeto pedagógico, produção de material didático, formação docente, desenvolvimento de currículo integrado e acompanhamento. Para alcançar a proficiência necessária, os professores da escola passarão por curso de formação de 150 horas, com aulas teóricas e práticas.
Graça explica que a Fauel tem buscado intermediar demandas dos municípios, principalmente na área da gestão pública, articulando projetos com pesquisadores e grandes empresas. “A nova lei estadual de fundações facilita o acesso de muitas prefeituras ao conhecimento científico e tecnológico, tanto na parte do desenvolvimento urbano, quanto na melhoria da administração pública e na capacitação de servidores”, enfatiza.
GERAÇÃO BILÍNGUE – Pioneira no ensino de inglês desde a educação infantil, Ibiporã já oferta o idioma em todas as escolas municipais, com duas horas semanais na grade curricular, nas turmas de Ensino Fundamental. “Agora, podemos trazer um método inovador e garantir igualdade de oportunidades. A ideia é formar uma geração bilíngue em dez anos”, afirma o secretário municipal de Educação, Antonio Prata Neto.
Ele destaca que a expectativa é de rápida expansão do projeto, conforme a qualificação de mais professores. “Membros da comunidade estão reivindicando a escola para perto de suas residências. Além disso, já existe uma lista de 70 professores pré-inscritos”, sinaliza o gestor, salientando que, em um ano, devem ser contemplados 50 professores e, pelo menos, 250 estudantes.
O projeto será desenvolvido por uma equipe de professores e estudantes da Universidade Estadual de Londrina (UEL), coordenada pela professora Michele Salles El Kadri, do Departamento de Letras Estrangeiras Modernas do Centro de Letras e Ciências Humanas (CLCH); e pela estudante de mestrado Vivian Saviolli, do Programa de Pós-graduação em Educação, do Centro de Educação, Comunicação e Artes (Ceca).
COMUNIDADE ESCOLAR – A ideia é que toda a comunidade escolar, desde a equipe administrativa, recepção, auxiliares de cozinha e limpeza, participem da formação bilíngue das crianças. Outro diferencial é que serão beneficiadas pelo projeto turmas de Berçário (I e II), Maternal, Pré-Escola (I e II), 1º e 2º anos, além de alunos em fase de alfabetização.
De acordo com a legislação brasileira, uma escola é considerada bilíngue quando 30% a 50% do conteúdo são ministrados no idioma estrangeiro. Ou seja, é uma imersão precoce em uma segunda língua e não somente aplicação de disciplinas e aulas de inglês.
“O cérebro humano funciona diferente em pessoas bilíngues, inclusive apresentando maior densidade de massa cinzenta, em relação às pessoas monolíngues, com efeito na melhoria do desempenho em algumas tarefas. Para além das vantagens cognitivas proporcionadas pelo bilinguismo, essa iniciativa deve ampliar a participação social de estudantes de escolas públicas, a partir de um segundo idioma”, afirma a professora Michele.
Para a definição da escola que oferecerá o ensino bilíngue ainda serão consultados os professores da rede municipal e a comunidade local. A previsão é que as aulas tenham início em fevereiro do próximo ano.
FUNDAÇÃO – A Fauel é uma organização sem fins lucrativos, que busca utilizar os benefícios científicos, tecnológicos, culturais, sociais, econômicos e de infraestrutura da UEL, a serviço da comunidade. Entre as várias atividades, a Fundação viabiliza novas parcerias e promove a captação de recursos para atividades de ensino, pesquisa e extensão.