Coordenadora do Universidade Sem Fronteiras reúne-se com núcleos do Numape 05/06/2019 - 11:01
De modo a fortalecer os dez Núcleos Maria da Penha (Numape) das universidades estaduais paranaenses, as coordenações deles reuniram-se nesta terça-feira (4) no câmpus sede da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Os núcleos são pontos gratuitos de prevenção e combate à violência contra a mulher e ao feminicídio, bem como acolhimento, apoio multiprofissional e assistência judiciária àquelas que sofrem violência, ameaça ou apresentam vulnerabilidade – 19 mil já foram atendidas.
“Estamos partindo para o segundo edital, então esse encontro foi bastante importante no sentido de alinharmos todas as coordenações dos Numape em atendimentos, prioridades, demandas, dificuldades, benefícios e encaminhamentos para as próximas ações que serão desenvolvidas”, resume Sandra Cristina Ferreira, coordenadora do Programa Universidade Sem Fronteiras da Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) do Estado do Paraná.
“Trocamos informações e conhecemos as realidades de cada unidade. Assim, otimiza-se o atendimento”, complementa a anfitriã do encontro, Débora de Mello Gonçales Sant’Ana, pró-reitora de Extensão e Cultura da UEM.
Com relação ao Numape de Maringá, Sant’Ana pontua que é bastante ativo em atendimentos, treinamento de pessoal e produção cientifica, embora haja “limitações e desafios a serem enfrentados”.
A pró-reitora e o diretor de extensão da UEM, Breno Ferraz de Oliveira, receberam: Ferreira; representantes dos núcleos; Mara Dellaroza, pró-reitora de Extensão, Cultura e Relação com a Sociedade na Universidade Estadual de Londrina (UEL); Simone Castanho e Rui Gonçalves Marques Elias, respectivamente pró-reitora de Extensão e Cultura e diretor de Extensão na Universidade Estadual do Norte do Paraná (Uenp); Sandra Belotto, pró-reitora de Extensão na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste); e Gisele Mendes de Carvalho, diretora-adjunta do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da UEM.
Neste primeiro ano de Numape na Uenp, em Jacarezinho (PR), as mulheres vítimas de violência têm o procurado muito, segundo Castanho. “Um projeto dessa envergadura é extremamente importante para a universidade, porque é multidisciplinar, e para o município, tanto que gostaríamos que fosse ampliado para outros municípios”. Maior do que este, o núcleo londrinense também abarca cidades vizinhas, com grande volume de atendimento. “É um local especial de aprendizado, a partir dos contextos sociais e de vida das mulheres vítimas de violência, aos alunos das áreas diretamente envolvidas, como Direito, Serviço Social, Psicologia e Pedagogia. É uma cooperação mútua!”, declara Dellaroza.
Três núcleos na Unioeste – As cidades de Francisco Beltrão, Marechal Cândido Rondon e Toledo abrigam cada uma um Numape, os três sob coordenação da Unioeste. Belotto destaca que as “equipes multidisciplinares atuam em diversas frentes, de acordo com a especificidade de cada região”. Em Beltrão, o mais antigo e com 12 mil atendimentos no primeiro ano, já há geração de emprego e renda, numa iniciativa de costura, para mulheres que se afastaram dos ex-companheiros e precisaram construir uma vida nova. “Quando divulgamos que abriríamos o Numape em Toledo, recebemos visitas imediatas de mulheres procurando atendimento”.
Em Rondon, a pró-reitora observa que há parcela considerável da população que enxerga a mulher como propriedade, anticultura que leva tempo a ser modificada, mas que o Numape tem força para ajudar a desconstruí-la. “Inclusive, o Ministério Público pediu que façamos um trabalho também com os homens”. Em parcerias com este e outros órgãos e, por haver esta grande rede de contribuição, Belotto é enfática ao dizer que “a sociedade não pode mais sobreviver sem os Numape”.