Coordenador de Relações Internacionais da Seti integra equipe de pesquisadores que tem artigo publicado na Nature 09/06/2020 - 14:21
O professor Luís Paulo Gomes Mascarenhas, coordenador de Relações Internacionais da Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) e docente do Departamento de Educação Física do campus de Irati da Unicentro, é o único paranaense convidado a integrar uma pesquisa mundial de cunho epicêntrico sobre colesterol e as proteínas HDL e LDL. O estudo contou com a participação de pesquisadores de 92 países, dos cinco continentes.
“Esse estudo levantou informações do mundo inteiro a respeito do colesterol e das lipoproteínas do HDL e do LDL. Ele fez um mapeamento sobre a relação entre a mortalidade mundial causada por doenças cardiovasculares e por AVC e o colesterol e as lipoproteínas”, explica o professor Mascarenhas. Os resultados da pesquisa foram publicados na edição do último dia três de junho da Nature, uma revista interdisciplinar britânica que é classificada como a de maior impacto do mundo. O artigo “Repositioning of the global epicentre of non-optmal cholesterol” pode ser conferido clicando aqui.
Para a realização da pesquisa, foram avaliados os históricos médicos de 104 milhões de pessoas em todo o mundo, levando em consideração os registros de 1980 até 2010. “O que se observava na década de 80 e 90 era uma grande concentração, uma grande mortalidade por AVC e infarto derivado do aumento do colesterol e a redução da HDL na Europa como um todo. O que se observou nessa análise é que, nos últimos 20, 30 anos reduziu esse grau de mortalidade por essas doenças na Europa. Isso de deve, principalmente, a dois fatores: a mudança no estilo de vida e o aumento no uso do medicamento, que são as histatinas, fazendo com que tanto as lipoproteínas quanto o colesterol diminuíssem”, conta Mascarenhas.
Apesar disso, não houve uma redução na mortalidade das duas doenças e, juntas, elas continuam representando a causa de um terço das mortes em todo mundo. “O que aconteceu”, explica o pesquisador da Unicentro, “foi uma mudança que nós chamamos de onda. Essa onda saiu da Europa e, agora, ela está na Ásia. Então, o estudo observou um aumento significativo do número de mortalidades e de problemas causados por aumento, tanto do colesterol quanto as lipoproteínas, nos asiáticos”.
Outra conclusão possível da pesquisa é que os dados observados agora nos países asiáticos, possivelmente, serão encontrados na América Latina e Caribe em duas ou três décadas. “Os medicamentos, como as histatinas, estão sendo utilizados e prescritos na América Latina, especialmente no Brasil, então isso significa que a doença, na verdade, continua se manifestando no mesmo grau mesmo com a utilização do medicamento aqui na América Latina”, alerta Mascarenhas.