Conselho de Reitores discute integração latino-americana e acordos de cooperação internacional 03/05/2011 - 16:00

O Conselho de Reitores das Instituições Estaduais de Ensino Superior aprovou nesta terça (03), em reunião realizada na Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI), entre outras medidas, a execução de programas de cooperação entre as universidades estaduais públicas e as instituições de ensino superior da América Latina e da Europa. O objetivo é permitir que mais estudantes e professores possam fazer intercâmbio em várias áreas do conhecimento.

Formado por dirigentes das universidades estaduais e criado na gestão do secretário Alípio Leal, o Conselho de Reitores também discutiu o programa de extensão acadêmica “Universidade sem Fronteiras”, que terá os primeiros editais de 2011 divulgados a partir de julho deste ano, bem como questões administrativas como a aposentadoria de professores das universidades estaduais públicas. Criado na gestão anterior, o “Universidade sem Fronteiras” atende principalmente municípios com baixo índice de desenvolvimento humano.

Quanto à proposta de criação de bolsas para professor sênior nas universidades estaduais, apresentada pelo reitor da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), Vitor Hugo Zanette, o Conselho de Reitores informou que pretende discutir o assunto “caso a caso”. As bolsas seriam destinadas aos professores com maior qualificação profissional, como já ocorre nas instituições federais de ensino superior.

Integração latino-americana

“Apesar do Mercosul, a integração com os países vizinhos ainda não aconteceu como deveria”, disse a presidente da Casa Latino-Americana (CASLA), Gladys Sanchez. Ela entregou ao secretário Alípio Leal o convite e a programação do III CIPIAL, que acontecerá em julho de 2012, em Curitiba, e que terá como tema central a educação no contexto da integração latino-americana. Além das universidades também participarão desse encontro várias secretarias e órgãos de governo estaduais e municipais.

O III CIPIAL terá apoio da SETI, conforme anunciou o secretário Alipio Leal, e coincidirá com os 100 anos da Universidade Federal do Paraná. Ele sugeriu aos dirigentes das universidades estaduais que incentivem a participação de professores e estudantes nesse evento. “Essa é mais uma oportunidade para discutirmos problemas como a regularização de diplomas obtidos em países latino-americanos”, afirmou o reitor da Universidade Estadual do Oeste (Unioeste), Alcibíades Luiz.

Segundo o secretário, a integração latino-americana é uma das bandeiras da atual gestão na SETI. “Essa integração deve se dar, principalmente pelo viés da educação”, defendeu. “Para isso, vamos fortalecer o ensino superior e o ensino básico”, acrescentou.

Europa

Com os países europeus – informou ainda – um dos convênios previstos é com o DAAD – Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico, cujo trabalho assemelha-se ao realizado no Brasil pela Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), do Ministério da Educação. “Vamos potencializar esse acordo, estendendo-o para o interior do Estado”, disse o secretário, que também participará, a convite do DAAD, no dia 26 deste mês, de um debate promovido pela entidade sobre as relações entre o governo alemão, as instituições de ensino superior e o poder público.

A Universidade de Pisa, na Itália, também está sendo cogitada como futura parceira da SETI e das instituições estaduais de ensino superior, informou o secretário. “Outros países que já demonstraram interesse em realizar acordos de cooperação são Espanha e Portugal”, lembrou o reitor da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), João Carlos Gomes.

A SETI já vem discutindo com coordenadores de relações internacionais das instituições de ensino superior do Paraná quais as áreas de atuação que deverão ter prioridade na atual gestão da SETI, informou ainda o secretário Alípio Leal. Ele cita, entre outras, como necessárias, as tecnologias voltadas para o meio ambiente, a nanotecnologia e as voltadas para a solução de problemas do cotidiano das pessoas, na capital e no interior do estado. “Para isto, precisamos ter programas e projetos muito bem elaborados”, concluiu.

GALERIA DE IMAGENS