Com aprovação do CNPq, laboratório da UEL vai estudar bactérias super-resistentes 06/05/2024 - 17:00
Pesquisadores do Laboratório de Bacteriologia de Peixes (LABBEP) da Universidade Estadual de Londrina (UEL) vão desenvolver um projeto para estudar bactérias super-resistentes a antibióticos em criatórios e hospitais veterinários. O investimento para o projeto, de R$ 1,3 milhão, é resultado da aprovação do edital 52/2022 do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), chamada CNPq/MCTI/CT-Saúde – Ações em Ciência, Tecnologia e Inovação para o enfrentamento da Resistência Antimicrobiana (RAM).
Os recursos serão investidos em equipamentos, material de consumo e para pagamento de duas bolsas de estudos para dois pesquisadores durante 24 meses. O projeto é denominado “Rede BactoRAM-Ômica no contexto de saúde única: identificação, monitoramento e caracterização genômica de bactérias multirresistentes em hospitais veterinários, em diferentes sistemas de produção de peixes e em alimentos”.
Ele tem apoio de outras universidades, como UFLA, UFMG, UNISA-SP, Unicentro, Unipar, UENP, UEM, UTFPR, PUC-PR, UFG, UFNT, UFGD, Unesp Câmpus Jaboticabal, Univas e parceiros internacionais como a Universidade do Chile, Corpavet, da Colômbia, Universidade da Califórnia e Universidade Estadual do Mississippi.
O coordenador do projeto, professor Ulisses de Pádua Pereira, do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e líder do grupo de pesquisa de Bacteriologia Animal, do Centro de Ciências Agrárias (CCA) da UEL, explica que o projeto deverá atuar em três áreas distintas.: monitoramento de bactérias resistentes a antibióticos em piscicultura; detecção da presença de microrganismos em alimentos artesanais; e os impactos dos bacilos no ambiente de hospitais veterinários.
"A pesquisa é importante pela relevância do conceito de saúde única, que prevê uma visão integrada que considera saúde humana, saúde animal e o meio ambiente", afirma.
GENOMA – Além do monitoramento, os pesquisadores do LABBEP pretendem sequenciar o genoma de pelo menos 90 bactérias consideradas resistentes. Ulisses diz que a descrição permitirá identificar o perfil de resistência a antibióticos, identificando se existe algum padrão nos micro-organismos presentes em HVs, em criatórios de peixes e nos alimentos artesanais.
Outro objetivo da pesquisa é tentar formular um teste rápido para detecção de bactérias super-resistentes. Hoje, os testes realizados em laboratórios podem demorar até quatro dias. Os pesquisadores pretendem desenvolver um teste que possa ser transformado em produto de inovação, para ser comercializado como os populares testes de Covid-19, que agora podem ser adquiridos em farmácias.
Outra meta do projeto é implantar um controle de transmissão a bactérias multirresistentes no HV da UEL, considerado referência na região Norte em várias áreas médicas, como Dermatologia, Cardiologia, Neurologia, Radiologia, Teriogenologia, Oncologia e outras, além de contar com profissionais da área de diagnóstico laboratorial altamente capacitados.