Cateter para quimioterapia obtém registro da ANVISA 18/05/2007 - 17:40

18/05/2007
Pacientes do SUS em tratamento contra o câncer terão, em breve, acesso a uma tecnologia de ponta que permite maior conforto durante o transporte de medicamentos e de nutrientes necessários ao organismo. Isto será possível porque o Instituto de Bioengenharia (IBEG), do Hospital Erasto Gaertner, obteve, neste mês, o registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), que permite a comercialização dos cateteres para quimioterapia, projeto desenvolvido com apoio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
Fabricados em titânio e pesando apenas 20 gramas, os cateteres surgem para substituir as punções freqüentes dos vasos sangüíneos usadas no tratamento convencional, tanto em adultos quanto em crianças, segundo o engenheiro mecânico do IBEG, Ricardo Teixeira. Com um desenho anatômico em forma de gota, os cateteres exigem incisões menores e podem ficar alojados no corpo humano até dois anos, ressalta ainda. “Essa tecnologia estará disponível ainda em 2007, a um preço bem inferior ao praticado pelo mercado”, informa. Atualmente, no Brasil, esse tipo de material, importado, é encontrado por R$ 700,00 até R$ 2.000,00, dificultando o tratamento nas instituições públicas.
Inicialmente, serão produzidos pelo IBEG cerca de mil kits contendo um reservatório em titânio, uma pequena mangueira em silicone e alguns instrumentos para cirurgia. Conforme ainda o engenheiro mecânico do IBEG, graças aos dois centros de usinagem adquiridos com recursos do Fundo Paraná, administrado pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, no valor de R$ 500 mil, outros dois produtos estão em andamento e deverão estar concluídos dentro de quatro meses, aproximadamente. O objetivo é utilizar próteses e “fixadores” externos em cirurgias ortopédicas, em hospitais do Paraná com grande demanda de atendimento nessa área.
O projeto “Desenvolvimento e incorporação de novas tecnologias para elevar a qualidade do processo produtivo de materiais biomédicos”, foi apresentado à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior em 2004, pela Liga Paranaense de Combate ao Câncer, mantenedora do Hospital Erasto Gaertner, IBEG e Rede Feminina de Combate ao Câncer. Além dos centros de usinagem adquiridos com recursos do Fundo Paraná, para fabricação dos cateteres, o IBEG também pôde readeqüar as suas instalações físicas com base nas normas exigidas pela ANVISA.