Em uma das aulas não-presenciais do curso de Enfermagem, a professora Maria Regiane Trincaus, recorreu a um caso recente, ocorrido em Londrina, para exemplificar um dos conteúdos ministrados para os estudantes do terceiro ano. E como na turma havia um bombeiro, ela aproveitou para saber como estavam sendo feitos os atendimentos de acidentes pelo grupamento de Guarapuava. “A gente estava discutindo situações de acidente, e eu questionei ele se eles estavam colocando máscara nas vítimas de acidentes, por causa da situação que teve na Santa Casa de Londrina, que eles atenderam uma vítima de acidente e ela estava contaminada com a covid e acabou contaminando mais de 96 funcionários dentro do hospital”, recorda.

Na ocasião, o acadêmico Fábio Lara, que é soldado do Corpo de Bombeiros, compartilhou com a professora e os colegas de turma que todos os membros da corporação estão usado máscaras todo o tempo. “Nós utilizamos as máscaras de tecido mas, de maneira preferencial, dentro do quartel, enquanto estamos no expediente. No atendimento de ocorrências, cada ocorrência que a gente sai, normalmente é uma máscara nova que a gente precisa utilizar. Então, a nossa demanda é muito grande”.

Foi assim, então, que a professora Regiane, coordenadora do mutirão de produção de máscaras cirúrgicas na Unicentro, percebeu que a universidade poderia colaborar com o Corpo de Bombeiros nesse momento, em que a demanda pelo produto está muito alta, já que o uso das máscaras é recomendado a toda sociedade para a proteção do covid-19. “Perguntei se eles queriam testar essa máscaras, se facilitaria o trabalho deles e ele aceitou”, comenta a docente.

A conversa virtual de sala de aula resultou na entrega, nessa semana, pela Unicentro de 272 máscaras faciais ao Grupamento de Bombeiros local. A tenente Karen Pedrosa Pulga conta em que situações elas serão utilizadas pelos membros da corporação. “Vão ser utilizadas, principalmente, na nossa atividade fim, em atendimentos a emergências, atendimentos pré-hospitalares a nossa comunidade de Guarapuava e região”.

As máscaras doadas são confeccionadas pelas integrantes da Unati (Universidade Aberta da Terceira Idade), que estão fazendo este trabalho voluntariamente de casa, costurando com suas próprias máquinas. Já a matéria-prima utilizada por elas é comprada pela Clínica Escola de Órtese e Prótese da Unicentro. As máscaras são produzidas a partir de manta cirúrgica, uma espécie de TNT estéril que pode ser lavado e reutilizado com total segurança. “Com certeza, é uma ajuda para o nosso trabalho, para segurança nossa e da população que a gente atende”, finaliza o soldado Lara.