Universidades estaduais impulsionam a produção de mel no Paraná

17/05/2021
Projetos desenvolvidos pela Universidade Estadual do Centro-Oeste e a Universidade Estadual de Londrina vêm fortalecendo a atividade produtiva da apicultura, a partir da capacitação técnica de produtores rurais. Com foco em boas práticas apícolas, as iniciativas contemplam a produção e o beneficiamento de mel e derivados, em conformidade com os padrões sanitários. Lançado há dez anos pela Unicentro, o Projeto Imbituvão contribui para o fomento da produção de mel no munícipio de Fernandes Pinheiro, no Centro-Sul paranaense. Desde o início, a ação soma recursos financeiros da ordem de 3 milhões e 500 mil reais, viabilizados pela Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, por meio do Fundo Paraná. Desse montante, 1 milhão foi direcionado para custeio de 53 bolsas de Iniciação Científica, Mestrado e Doutorado. Segundo o coordenador da ação, professor Afonso Figueiredo Filho, do Departamento de Engenharia Florestal do campus da Unicentro em Irati, o projeto consiste em desenvolver estratégias para o manejo florestal sustentável em pequenas propriedades rurais. O projeto resultou na organização e no fortalecimento da Associação de Apicultores e Meliponicultores de Fernandes Pinheiro// SONORA AFONSO FIGUEIREDO. // No ano passado, a Associação de Apicultores foi credenciada no Programa Compra Direta Paraná, da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento. De acordo com o professor Afonso, esse credenciamento possibilitou a comercialização de 210 quilos de mel produzidos pelos apicultores assistidos pelo projeto. // SONORA AFONSO FIGUEIREDO. // Na próxima etapa, além de capacitação sobre a instalação e o manejo de colmeias, também serão distribuídos mais melgueiras e conjuntos de vestimenta para os produtores rurais. A região Centro-Sul do Paraná se caracteriza por um baixo Índice de Desenvolvimento Humano, o que justifica a inserção de projetos das universidades estaduais para fomentar as potencialidades e contribuir com o processo de desenvolvimento sustentável local ou regional. Entre os segmentos beneficiados pelas iniciativas das universidades estaduais, a meliponicultura corresponde à criação de abelhas sem ferrão, também chamadas de meliponíneos. Na região Norte do Paraná, o Centro de Ciências Agrárias da UEL desenvolve dois projetos de pesquisa com foco na inovação e no desenvolvimento tecnológico de produtos apícolas. As ações abrangem a proteção e preservação ambiental, o aproveitamento da biodiversidade e o melhoramento da agricultura, assim como a qualificação técnica de produtores. A coordenadora das iniciativas científicas, professora Wilma Aparecida Spinosa, do Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos da UEL, explica que considerado um ingrediente brasileiro, esse mel é conhecido por proporcionar benefícios à saúde humana, atribuídos a propriedades antimicrobianas, anti-inflamatórias e antioxidantes. // SONORA WILMA SPINOSA. // Ela também destaca a importância na alta gastronomia que valoriza muito sabores regionais, exóticos e produtos inovadores, o que demonstra um potencial de consumo desse mel de abelha sem ferrão. // SONORA WILMA SPINOSA. // Com financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, os projetos envolvem 19 pesquisadores. Em 2015, o Paraná assumiu a primeira posição na produção nacional de mel, com pouco mais de 6 mil toneladas produzidas, conforme dados do IBGE. O Estado possui em torno de 15% da produção de todo o Brasil, com mais de 20 mil colmeias cadastradas em cerca de 2 mil meliponários. (Reportagem: Cristiano Sousa. Narração: Marcelo Galliano)