Unicentro desenvolve pesquisa sobre biodiesel de óleo da semente de seringueira

21/07/2023
A Unicentro, Universidade Estadual do Centro-Oeste, desenvolveu um biocombustível a partir da extração do óleo da semente de seringueira, inovação que contribuirá para reduzir o impacto ambiental com o máximo aproveitamento dessa matéria-prima. O projeto de pesquisa é do curso de graduação em Química, vinculado ao Setor de Exatas e Tecnologia, localizado no campus Centro de Desenvolvimento Educacional e Tecnológico, em Guarapuava, no Centro-Sul do Paraná. A ideia do estudo partiu de uma demanda apresentada pela empresa Kaiser Agro, que atua no ramo de florestas produtivas e em projetos de conservação de solo e de preservação de florestas nativas. A proposta era destinar, de forma adequada, os resíduos gerados em uma floresta de produção de látex, cuja decomposição das sementes torna o solo ácido e prejudica o crescimento de outras vegetações. Considerado um produto renovável e menos poluente, o biocombustível é uma alternativa para os combustíveis de origem fóssil, e geralmente é produzido com insumos da alimentação humana, como soja, milho, amendoim, gorduras animais, entre outros. A pesquisa desenvolvida na Unicentro utiliza um tipo de semente que não é próprio para o consumo e que seria descartado na atividade produtiva da heveicultura. O coordenador do projeto, professor André Lazarin Gallina, destaca o potencial das fontes renováveis no processo de modernização da matriz energética, seguindo uma tendência global de substituição de métodos mais poluentes. // SONORA ANDRÉ LAZARIN //

Entre os resultados, a pesquisa apontou que o biodiesel da semente de seringueira atende aos parâmetros de qualidade estabelecidos pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, instituição vinculada ao Ministério de Minas e Energia. Segundo o órgão do Governo Federal, o biocombustível está apto para ser comercializado quando apresenta aspecto visual em tom de amarelo claro e sem impurezas, além de um nível de acidez e corrosividade específico, entre outros fatores. Esse estudo gerou novos acordos de cooperação entre a instituição estadual de ensino superior e a empresa Kaiser Agro. Atualmente, são treze iniciativas de pesquisa associadas ao beneficiamento do óleo da semente de seringueira, que pretendem otimizar o processo de produção do biocombustível, inclusive na redução de custos para os produtores. No ano passado, a pesquisa da Unicentro foi vencedora do prêmio Paulo Gonçalves na categoria de melhor artigo científico. A premiação possibilitou aos pesquisadores participarem da reunião do Conselho Internacional de Pesquisa e Desenvolvimento de Borracha, na Malásia, no continente asiático. Em fevereiro deste ano, a estudante Sara Lüneburger conquistou o Prêmio Carolina Bori Ciência & Mulher, promovido pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. A premiação contemplou alunas do Ensino Médio e universitárias que desenvolvem pesquisas e iniciação científica com potencial de contribuição para a ciência e o futuro. (Reportagem: Allan Alexandre Carneiro | Narração: Nathália Gonçalves)