Pesquisa da UENP potencializa controle biológico da Ferrugem Asiática da Soja

21/09/2021
Com o objetivo de combater a Ferrugem Asiática da Soja, a professora do mestrado em Agronomia da Universidade Estadual do Norte do Paraná, Mayra Costa da Cruz Gallo de Carvalho, descobriu uma nova forma de biocontrole da doença. A praga é responsável por perdas que variam de 30% a 90% na produção em diversas regiões do País. Pelo método desenvolvido pela pesquisadora, que lidera um estudo amplo sobre o assunto, foi isolado um fungo que pode ser pulverizado em propriedades rurais, protegendo a soja da Ferrugem Asiática. Este fungo atua no crescimento de plantas e proteção do vegetal contra diferentes tipos de doenças. A técnica é chamada de biocontrole, que ocorre quando são utilizados inimigos naturais no controle de insetos e pragas de culturas agrícolas. O método, segundo Mayra, apresenta diversas vantagens quando comparado ao controle químico tradicional, provando maior eficácia e menor agressividade ao meio ambiente. Essa é a primeira vez que o gênero é utilizado como agente de controle da ferrugem e, segundo ela, foi descoberto durante uma ação do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Cientifica na UENP.// SONORA MAYRA COSTA.// A pesquisadora contou que nos dois primeiros testes foi realizada uma única aplicação de forma preventiva, que resultaram em controles positivos de até 30%. O número de aplicações vai ser ampliado em ensaios de campo, da mesma forma como é feito o processo utilizando fungicidas, para avaliar se haverá aumento de eficiência.// SONORA MAYRA COSTA.// Para a pesquisadora, as descobertas trazem dois benefícios para a agricultura: a potencialidade de uso como controle biológico na agricultura orgânica e a possibilidade de integrar o agente biológico ao manejo da cultura já realizado. De acordo com ela, as perdas em decorrência da ferrugem asiática foram controladas com o emprego de fungicidas químicos nos últimos anos, mas desde as safras de 2003/2004 esse controle tem sido menos efetivo em função da evolução da resistência a campo com consequente queda de eficiência dos químicos. As condições climáticas também são fundamentais nas epidemias dessa doença, uma vez que as chuvas bem distribuídas ao longo da safra favorecem seu desenvolvimento. Mayra também destacou que a pesquisa ficou em terceiro lugar no Prime, Programa de Apoio à Propriedade Intelectual com Foco no Mercado, desenvolvido pelo Governo do Paraná, por meio da Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.// SONORA MAYRA COSTA.// A soja é a principal commodity brasileira e, somente na safra 2020/21, o Brasil deve alcançar a produção de quase 269 milhões de toneladas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento. No Paraná, essa cultura também está entre as prioridades dos produtores. A previsão da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento é de que a safra de verão no Estado, também chamada de primeira safra, renda cerca de 20 milhões e 954 mil toneladas. A área reservada pelos produtores para o plantio é de 5.616.770 hectares, a maior da história da soja no Paraná. Outros detalhes podem ser conferidos em www.aen.pr.gov.br. (Reportagem: Gustavo Dornelles. Narração: Wyllian Soppa)