Pesquisa aponta que características genéticas influenciam grupos de risco para o coronavírus

05/10/2021
Pesquisadores das universidades estaduais do Paraná realizaram um estudo sobre o novo coronavírus que ajuda a compreender como os sistemas naturais de defesa do organismo humano reagem à Covid-19. A pesquisa destaca a interação do genoma do vírus e dos pacientes acometidos pela doença. O estudo envolveu a revisão de cerca de 90 trabalhos científicos, publicados até julho de 2021, relacionados às variantes do novo coronavírus em países como Estados Unidos, Inglaterra, Irã, Itália e Suíça, entre outros. Entre os resultados, foi possível classificar os grupos de risco de pessoas infectadas para além da idade e das comorbidades associadas a outras doenças. A doutora em Genética Ilce Mara de Syllos Cólus, que atua como professora no Departamento de Biologia Geral do Centro de Ciência Biológicas da UEL, explicou que o DNA humano passou por muitas mutações ao longo da evolução, fixando algumas dessas alterações nos genes, que são os responsáveis pelas características físicas e biológicas das pessoas. Sendo assim, a genética dos pacientes influencia significativamente na forma como o corpo reage à Covid-19, segundo ela.// SONORA ILCE MARA.// Já para a doutora em Genética Toxicológica, professora Juliana Mara Serpeloni, que também atua no Departamento de Biologia Geral do CCB da UEL, entender as variações genéticas do vírus e das pessoas é importante para o monitoramento e controle da doença.// SONORA JULIANA MARA.// Aspectos como faixa etária e comorbidades são insuficientes para explicar a patologia e as reações da doença no organismo humano. Por isso, as variantes genéticas e os fatores moleculares envolvidos na interação genômica entre vírus e paciente favorecem a definição dos grupos de risco. O estudo sugere a avaliação de hábitos como o tabagismo e o consumo de álcool, assim como fatores genéticos dos pacientes, para melhor classificação dos grupos de risco para a dinâmica da pandemia e resposta ao vírus. Os resultados demonstram, ainda, que o tipo sanguíneo influencia nas reações fisiológicas das pessoas: o tipo “A”, por exemplo, apresenta mais risco de infecção, enquanto o tipo “O” apresenta menos risco. O estudo foi realizado em parceria com pesquisadores das Universidades Estaduais de Maringá, de Ponta Grossa, Unioeste, UFPR, USP, do Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe e do Instituto para Pesquisa do Câncer de Guarapuava. Outros detalhes podem ser conferidos em www.aen.pr.gov.br. (Reportagem: Cristiano Sousa. Naração: Wyllian Soppa)