Parceria científica entre UENP e UEL busca desenvolver tecnologia para combater doenças na lavoura

02/06/2022
As universidades estaduais do Norte do Paraná, UENP, e de Londrina, UEL, firmaram, nesta quinta-feira, termo de cooperação com a empresa paulista Leaf Agrociência, que atua no ramo de comercialização de insumos agropecuários e fabricação de defensivos agrícolas e adubos orgânicos enriquecidos com nutrientes minerais, os chamados fertilizantes organominerais. O objetivo da parceria é desenvolver um biofungicida microbiano, tipo de pesticida que utiliza microrganismos para prevenir pragas e doenças em plantações. A iniciativa contempla o Nível de Maturidade Tecnológica de um produto microbiológico desenvolvido na UENP para o controle da ferrugem asiática, doença que mais tem preocupado os produtores de soja no Brasil. No ano passado, o projeto foi finalista do Programa de Propriedade Intelectual com Foco no Mercado e conseguiu carta patente do Instituto Nacional de Propriedade Industrial, assegurando a propriedade intelectual para a instituição de ensino superior paranaense. A próxima fase da pesquisa prevê recursos da ordem de 590 mil reais, sendo 263 mil desembolsados pelo Governo do Estado, por meio do Fundo Paraná, divididos entre investimentos e despesas de custeio. O valor restante será aportado pela empresa parceira. O superintendente de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Bona, destaca a importância dessa inovação de origem microbiológica para o agronegócio, segmento estratégico para o Brasil e o Paraná.// SONORA ALDO BONA.//

O governo tem interesse em viabilizar soluções sustentáveis para a produção de alimentos, utilizando biodefensivos, que são produtos agrícolas desenvolvidos a partir de ativos biológicos. Segundo a coordenadora do projeto, professora Mayra de Carvalho, do Centro de Ciências Biológicas da UENP, o microrganismo que combate a ferrugem asiática foi identificado de forma aleatória.// SONORA MAYRA DE CARVALHO.//

Na UEL, pesquisadores atuam no desenvolvimento de produtos biológicos de primeira e de segunda geração. A partir do estudo iniciado na UENP, será desenvolvido um produto de segunda geração, em que os princípios ativos do produto final vão ser metabólicos produzidos por microrganismos e não os microrganismos em si. O professor Admilton Gonçalves de Oliveira, do Departamento de Microbiologia da UEL, sinaliza o potencial científico para o controle biológico de pragas, considerando os meios naturais, notadamente outros organismos vivos.// SONORA ADMILTON GONÇALVES DE OLIVEIRA.//

Dados do Setor Rural apontam que o mercado mundial de bioinsumos para a agricultura deve alcançar, até o final deste ano, a marca de nove bilhões de dólares, o equivalente a 42 bilhões e 400 milhões de reais, cifra significativa para o desenvolvimento de novas tecnologias nesse segmento de negócios. Saiba mais em www.aen.pr.gov.br. (Reportagem: Cristiano Sousa. Narração: Felippe Salles)