Diabetes: Unicentro desenvolve medicamento oral para substituir injeções

26/06/2024
Um estudo desenvolvido na Unicentro busca ajudar o tratamento de pacientes com diabetes tipo 2, que consiste no controle da glicemia com uso de medicamentos orais e injetáveis, junto com a prática regular de exercícios físicos e uma alimentação balanceada. A Federação Internacional de Diabetes, organização que reúne mais de 240 associações em 161 países, estima que a prevalência dessa condição clínica no Brasil é de 10,5%, sendo a maioria, cerca de 90% dos portadores, do tipo 2. A doença ocorre quando o organismo humano não consegue usar adequadamente a insulina que produz ou não produz insulina suficiente para controlar a taxa de glicemia. A pesquisa da Unicentro almeja a substituição de medicamentos injetáveis por uma fórmula oral em pacientes com o quadro avançado da doença. Atualmente, pacientes que não respondem aos medicamentos convencionais precisam recorrer diariamente a injeções de insulina e liraglutida, um sintético que reduz a glicemia. A pesquisa paranaense resulta num medicamento que contém as duas substâncias e que pode ser ingerido em forma líquida. Segundo a coordenadora da pesquisa, professora Rubiana Mainardes, as nanopartículas atuam para proteger as moléculas do fármaco do ácido estomacal e das enzimas digestivas, possibilitando a liberação prolongada do fármaco no sangue. // SONORA RUBIANA MAINARDES //

O projeto conta com financiamento do Governo do Estado, por meio da Fundação Araucária. O estudo também recebeu recursos do CNPq, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações. O estudante de doutorado Jeferson Ziebarth participa como bolsista ligado ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da Unicentro. Ele desenvolve experimentos no Laboratório de Formulações Nanoestruturadas. Mestre em química, ele comenta sobre a importância desse estudo. // SONORA JEFERESON ZIEBARTH //

O estudo segue uma metodologia verde com abordagem baseada em proteínas vegetais e sem uso de solventes orgânicos, devido ao risco de resíduos tóxicos prejudiciais à saúde humana. Foram analisadas proteínas do milho e da soja, que demonstraram eficácia em características de resistência ao suco gástrico. Elas mostraram um potencial significativo para o transporte de moléculas instáveis nesse ambiente. Um outro estágio dos experimentos constatou a eficácia do processo, comparável com os injetáveis convencionais. A professora Rubiana Mainardes comenta sobre o estágio atual da pesquisa, que já resultou em dois artigos científicos. // SONORA RUBIANA MAINARDES //

O intuito é patentear a inovação para começar a produção em larga escala na indústria farmacêutica e disponibilizar, no futuro, o medicamento. (Narração: Gustavo Vaz)